Calvário bate à porta e MPPB denuncia Romero

O Ministério Público da Paraíba denunciou o ex-prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues, Daniel Gomes – operador da Cruz Vermelha e um dos delatores do esquema milionário de propinas na Paraíba em investigações da Operação Calvário -, além do advogado Jovino Machado da Nóbrega Neto e Saulo Ferreira Fernandes, por desvio de recursos públicos através do pagamento de propinas.

Os promotores que assinam a denúncia pedem que seja aplicada a perda de cargo, emprego, função pública ou mandato eletivo dos réus como efeito da condenação. Romero já anunciou que é pretenso candidato ao Governo da Paraíba, em 2022. A ação do Ministério Público joga um banho de água fria no político que vai precisar correr para sair dessa.

Na denúncia, encaminhada à 1ª Vara Criminal de Campina Grande, o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) afirma que a campanha de Romero a prefeito de Campina, em 2012, foi abastecida com o adiantamento de propinas. O objetivo de Daniel Gomes que, com a Cruz Vermelha e sob o comando do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), fundou uma Organização Criminosa na Paraíba. Daniel também queria “expandir” os negócios para as prefeituras.

“Tudo com o propósito de manter e potencializar as operações do modelo de governança (corrupta), então implantado no Estado, uma vez que, como contrapartida, ficou avançada a introdução das Organizações Sociais, no âmbito dos municípios, com a eventual assunção dos poderes executivos municipais pelas integrantes da malta”, diz trecho da denúncia do MPPB.

Os promotores afirmam que o contrato seria para gerir as estruturas de saúde de Campina Grade, a começar pelo ISEA (Instituto de Saúde Elpídio de Almeida) e Hospital Municipal Pedro I. “Segundo constatado, o modelo de gestão pública (corrupto) seria internalizado no município do Campina Grande após prévio pagamento de propina no valor de R$ 150 mil, os quais deram azo a estruturas técnica-normativas necessárias aos atos precedentes ao Contrato de Gestão”.

O contrato não chegou a ser validado, mas a propina teria sido repassada ao então candidato Romero Rodrigues, presidente estadual do PSD, parte em mãos e outra parte através de Jovino Machado da Nóbrega Neto, advogado sócio do escritório de Advocacia Cunha Lima e Targino, “à época, também, ocupante do cargo de Coordenador Jurídico do Governo do Estado da Paraíba, comandado por Ricardo Vieira Coutinho”. Acredite, os grupos já foram aliados em eleições.

Romero chegou a encaminhar um projeto para a Câmara Municipal, em 2013 (início do primeiro mandato), em que entregava a gestão da saúde a Organizações Sociais. Mas, a implantação de fato acabou emperrada e não foi adiante.

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