Um dia após o País superar a marca de 200 mil infectados pelo novo coronavírus, o oncologista Nelson Teich pediu demissão do cargo de ministro da Saúde. Foram menos de 30 dias no comando de uma Pasta naturalmente estratégica em qualquer governo e que, no meio de uma pandemia mundial, assume uma importância vital.
A gota d’água teria sido a insistência do presidente Jair Bolsonaro em lançar um protocolo para o uso massivo da cloroquina no tratamento dos pacientes com Covid-19. Dias antes deste anúncio da saída, Teich demonstrava sinais de incômodo e insatisfação no comando do Ministério. Não suportou a realidade de ter como principal adversário à política de sua Pasta o próprio presidente da República.
Com a mudança inesperada, o presidente ainda não tem um nome definido para o posto. Em análise, estão nomes de médicos e militares. Por enquanto, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, general Eduardo Pazuello, assume interinamente.
A dificuldade para definir um sucessor de Teich, assim como foi causa para a demissão o antecessor Henrique Mandetta, é achar alguém que possa atender o que o presidente quer: apoiar o uso da cloroquina no início do tratamento e ser flexível com o isolamento social. Uma barra pesada, para qualquer um.
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