Lígia, entre uma eleição e outra, do tudo ao ‘nada’

Para falar do inferno astral pelo qual passa a vice-governadora Lígia Feliciano (PDT), que tinha tudo e corre o risco de se ver ‘enterrada’ politicamente – falando especificamente do hoje -, é preciso dar uma ré “bem dada”, como diria “lá em nós”.

Eleições de 2020. Na calada da noite, Lígia e o marido, o deputado federal Damião Feliciano, deixaram a base do Governo João Azevêdo, que apoiava Cícero Lucena, para marchar junto com o então prefeito Luciano Cartaxo, que buscava eleger a sucessora, no caso, Edilma Freire.

Edilma, que tinha como vice a filha dos Feliciano, Mariana, perdeu. Cícero ganhou em segundo turno para o comunicado Nilvan Ferreira.

Lígia “voltou” à base, mas nada seria como antes. Mal acabou 2020 e as movimentações para 2022 tiveram início. A vice-governadora e Damião poderiam ter feito um movimento mais estratégico no tabuleiro político e preparado o PDT para brigar por espaços na majoritária, seja ela qual fosse.

Passou 2021 e chegou 2022. Com ele, a entrega dos cargos ao governador João Azevêdo, o nome posto para a disputa pelo Palácio da Redenção e o flerte com a oposição, leia-se o PT de Ricardo Coutinho.

Havia uma movimentação para se formar uma chapa competitiva. Só que um terceiro elemento entrou na história: o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB). Lígia acabou ‘rifada’.

E olhe que, para quem não lembra, Ricardo não queria Lígia como vice de João, nas eleições de 2018. Em várias entrevistas, a vice-governadora chorou as mágoas. Acabou permanecendo.

E o PDT? Não avançava.

Por último, veio a janela partidária. Como não conseguiu fazer uma nominata para deputado federal, Damião Feliciano migrou para o União Brasil, que tem pré-candidato ao Governo, Pedro Cunha Lima (PSDB). Então, como apoiar uma pré-candidatura de Lígia?

O tempo continuou passando, a saída de Damião não foi bem digerida pela direção nacional do PDT. Veio a intervenção. E onde está Lígia? Reclusa politicamente e sem o aval do próprio partido para uma candidatura ao governo. Aliás, ao que parece, para nenhuma postulação.

Deixando claro que a pedetista tem participado de ações referentes ao Governo da Paraíba.

Poderia ocupar a vaga ao Senado na chapa de João? Sim. Tem capilaridade e capacidade para tal. Mas até isso vem sendo descartado. No caso, o nome dela. O partido tem interesse na vaga, mas como não foi preparado para tal, busca um nome internamente, mas não há muitas alternativas a essa altura.

Moral da história: o xadrez da política é rápido e traiçoeiro. É preciso pensar bem antes de movimentar as peças. Se não, corre um risco de um xeque-mate, e ligeiro. Pode se reerguer? Sem dúvidas. Desde que analise as próximas jogadas.

O partido se reúne, nesta terça-feira (26), em Campina Grande. De acordo com o presidente do PDT na Paraíba, Marcos Ribeiro, afirmou os filiados serão ouvidos. Há uma tendência de que apoie ou João ou Pedro.

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