Veneziano precisa avaliar se cabe projeto “solo”

Que o MDB é um partido que tem peso em uma aliança, é fato, não há de se desconsiderar. O que ganha, ou o que perde, o senador Veneziano Vital do Rêgo ao se lançar em projeto “solo” de candidatura própria é o que precisa ser muito bem avaliado por ambos.

São muitos “quês” nesse caminho, não é mesmo.

Veneziano tem mandato no Senado até 2026. Tem se destacado nacionalmente. Hoje, vice-presidente do Congresso. Sendo assim, não ficaria de mãos abanando caso, hipoteticamente, viesse a perder uma suposta disputa. Então, pode muito bem se arriscar, se deixar testar.

Mas, e o custo político ou custo-benefício?

A política é muito cíclica, há certa codependência na relação aliados/adversários. Se unem em uma eleição, se separam na seguinte, mas que podem se aliar em uma próxima, e por aí vai.

Eu falo de perdas porque, no cenário atual, o governador João Azevêdo, pretenso candidato à reeleição, já parte na frente, por fatores que vão desde a estar no mandato ao arco de alianças que construiu.

Sem falar no “desgoverno” interno das oposições no Estado. Tem bons nomes, mas cada um no seu quadrado.

Deixando claro que esses fatores mostraram favoritismo, mas estando a pouco menos de um ano das eleições, as viradas são possíveis. É sempre bom evitar a política do “salto alto”.

Deixando claro ainda que Veneziano tem cacife, tem espólio eleitoral e tem experiência administrativa. Também é bom de viradas, que o diga o saudoso Rômulo Gouveia.

Aliás, paro essa análise, para falar da foto saudosista postada por Veneziano, no Instagram, neste domingo (10), coincidentemente remetendo à campanha de 2004, a qual me referi acima.

Voltando ao termo oposição. O MDB, como um todo, vai comprar essa briga? De ser oposição ao governador? Terá que avaliar bem e colocar na balança os prós e contras. Minha análise é a de que, hoje, não compra. Mas…

Claro que uma ascensão de Veneziano ao Palácio da Redenção, pretensão que acalenta e não é de agora, seria colocar o MDB de volta ao topo na Paraíba. Topo esse conquistado com José Maranhão e Roberto Paulino, esse último defensor da aliança com João.

O mal-estar gerado na última sexta-feira (8), em Campina Grande, onde a secretária de Desenvolvimento e Articulação Municipal do Estado, Ana Cláudia Vital, que, ao não ser convidada para compor a mesa de honra, deixou o local.

A bolsa de apostas explodiu, e quiçá a torcida também, pelo possível rompimento entre Veneziano e o Governo. Foi deselegante, sim. Justifica um rompimento, não.

Agora, é aquela história: quando se quer ou se está insatisfeito, basta jogar um fósforo, ainda que não esteja sequer aceso.

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