Doença crônica neurológica é a próxima comorbidade

A Secretaria de Saúde do Estado publicou Nota Informativa com instruções sobre a inclusão de doenças crônicas neurológicas no grupo de comorbidades do Plano Nacional de Imunização contra Covid-19. A Paraíba seguiu as orientações apresentadas no Plano Nacional de Operacionalização, dentro do PNI. Todas as alterações realizadas foram prontamente avaliadas e incluídas no Plano Estadual de Vacinação.

De acordo com o secretário executivo de Saúde, Daniel Beltrammi, a inclusão desse grupo é importante, pois essas pessoas são extremamente vulneráveis. “Quando a gente fala das comorbidades neurológicas, a gente está falando das doenças que podem fazer mal para o nosso cérebro. Foram incluídas aquelas pessoas que tiveram acidente vascular cerebral, o famoso AVC ou derrame, porque depois desses eventos elas podem ficar com dificuldade respiratória e de mobilidade”, disse.

Ele complementou: “Pessoas com demências, que vão perdendo a capacidade de raciocínio lógico e ficam com dificuldade de se alimentar, de engolir adequadamente. Além disso, outras deficiências que vão sendo avaliadas a depender dos laudos dos médicos e também doenças degenerativas. São várias as doenças degenerativas neuromusculares que vão permitir que as pessoas, por serem extremamente frágeis, possam ser vacinadas no grupo de prioridade das comorbidades”.

A técnica do Núcleo de Imunizações da SES, Milena Vitorino, reforça que os grupos elencados no plano serão contemplados com a vacinação, porém de forma escalonada. “Não dispomos de doses do imunizante imediatas para vacinar todos os grupos em etapa única. A distribuição está sendo detalhada por meio de informes técnicos e notas informativas no decorrer da campanha”, explica.

Até o momento, 1.217.269 doses da vacina já foram aplicadas na Paraíba, sendo 807.772 para d1 e 409.497 para d2.

Veja abaixo a lista completa das comorbidades incluídas como prioritárias para vacinação contra a covid-19 de acordo com as descrições do PNO:

  • Doenças crônicas neurológicas – Doença cerebrovascular (acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico; ataque isquêmico transitório; demência vascular); doenças neurológicas crônicas que impactem na função respiratória, indivíduos com paralisia cerebral, esclerose múltipla, e condições similares; doenças hereditárias e degenerativas do sistema nervoso ou muscular; deficiência neurológica grave.
  • Diabetes – Qualquer indivíduo com diabetes
  • Pneumopatias crônicas graves – Indivíduos com pneumopaas graves incluindo doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística, fibroses pulmonares, pneumoconioses, displasia broncopulmonar e asma grave (uso recorrente de corticóides sistêmicos, internação prévia por crise asmática);
  • Hipertensão Arterial Resistente (HAR) e nos estágios 1,2 e 3 com lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade = Quando a pressão arterial (PA) permanece acima das metas recomendadas com o uso de três ou mais anti-hipertensivos de diferentes classes, em doses máximas; PA sistólica entre 140 e 179mmHg e/ou diastólica entre 90 e 109mmHg na presença de lesão em órgão alvo e/ou comorbidade ou PA sistólica ≥180mmHg e/ou diastólica ≥110mmHg independente da presença de lesão em órgão-alvo (LOA) ou comorbidade.
  • Insuficiência cardíaca (IC) – IC com fração de ejeção reduzida, intermediária ou preservada; em estágios B, C ou D, independente de classe funcional da New York Heart Association
  • Cor-pulmonale e Hipertensão pulmonar – Cor-pulmonale crônico, hipertensão pulmonar primária ou secundária
  • Cardiopatia hipertensiva – Cardiopatia hipertensiva (hipertrofia ventricular esquerda ou dilatação, sobrecarga atrial e ventricular, disfunção diastólica e/ou sistólica, lesões em outros órgãos-alvo)
  • Síndromes coronarianas – Síndromes coronarianas crônicas (Angina Pectoris estável, cardiopatia isquêmica, pós Infarto Agudo do Miocárdio, outras)
  • Valvopatias – Lesões valvares com repercussão hemodinâmica ou sintomática ou com comprometimento miocárdico (estenose ou insuficiência aórtica; estenose ou insuficiência mitral; estenose ou insuficiência pulmonar; estenose ou insuficiência tricúspide, e outras)
  • Miocardiopatias e Pericardiopatias – Miocardiopatias de quaisquer etiologias ou fenótipos; pericardite crônica; cardiopatia reumática
  • Doenças da Aorta, dos Grandes Vasos e Fístulas arteriovenosas – Aneurismas, dissecções, hematomas da aorta e demais grandes vasos
  • Arritmias cardíacas – Arritmias cardíacas com importância clínica e/ou cardiopatia associada (fibrilação e flutter atriais; e outras)
  • Cardiopatias congênita no adulto – Cardiopatias congênitas com repercussão hemodinâmica, crises hipoxêmicas; insuficiência cardíaca; arritmias; comprometimento miocárdico.
  • Próteses valvares e Dispositivos cardíacos implantados – Portadores de próteses valvares biológicas ou mecânicas; e dispositivos cardíacos implantados (marca-passos, cardio desfibriladores, ressincronizadores, assistência circulatória de média e longa permanência)
  • Doença cerebrovascular – Acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico; ataque isquêmico transitório; demência vascular
  • Doença renal crônica – Doença renal crônica estágio 3 ou mais (taxa de filtração glomerular < 60 ml/min/1,73 m2) e/ou síndrome nefrótica. Imunossuprimidos – Indivíduos transplantados de órgão sólido ou de medula óssea; pessoas vivendo com HIV; doenças reumáticas imunomediadas sistêmicas em atividade e em uso de dose de prednisona ou equivalente > 10 mg/dia ou recebendo pulsoterapia com corticoide e/ou ciclofosfamida; demais indivíduos em uso de imunossupressores ou com imunodeficiências primárias; pacientes oncológicos que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos 6 meses; neoplasias hematológicas.
  • Hemoglobinopatias graves- Doença falciforme e talassemia maior
  • Obesidade mórbida – Índice de massa corpórea (IMC) ≥ 40
  • Síndrome de Down – Trissomia do cromossomo 21
  • Cirrose hepática – Cirrose hepática Child-Pugh A, B ou C

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