Cristãos estão dispostos a morrer para abrir igrejas?

Até que ponto não podemos chamar de radicalismo afirmar que “cristãos estão dispostos a morrer para garantir a liberdade de culto”. Foi o que afirmou, categoricamente, o advogado-geral da União, André Mendonça, durante julgamento pelo Supremo Tribunal Federal sobre a proibição de cultos e missas. O tema volta à pauta na sessão desta quinta-feira (08).

Então, eu pergunto aos cristãos: Vocês estariam disposto a morrer para que cultos e missas sejam liberados nessa pandemia? Eu vou além: Vocês estariam dispostos a matar, ainda que indiretamente, quem defende a proibição?

Pela fala de Mendonça, que é evangélico, eu tendo a acreditar que sim, mas quero crer que a afirmação não passou de uma fala infeliz. E quando eu falo em “matar”, me refiro ao fato de que indo às celebrações religiosas, você está vulnerável a contrair a Covid-19 ou transmiti-la a quem está dentro da sua casa. E assim, as mortes vão se empilhando.

Até que ponto, vocês estão dispostos a ir por um culto ou uma missa a qualquer custo? O advogado-geral da União fala por todos? Em meu nome, não autorizei.

Ainda no julgamento, André Mendonça, criticado pela fala vexatória, disse que “todo cristão sabe e reconhece os riscos e perigos dessa doença terrível [a Covid-19] e todo cristão sabe que precisa tomar cuidados e cautelas diante dessa enfermidade”. Saber, a grande maioria sabe, mas parece esquecer quando se aglomera. Óbvio que existem exceções e estou dando graças a Deus por isso.

Ele disse não se tratar de discussão política. Mas, é bom lembrar que o debate já ultrapassou a política e está adentrando em uma seara radical de cunho religioso, o que não é saudável para ninguém. Acredito que a paciência deve ser exercitada. Sempre dá para fazer um esforço a mais. Esperou-se até agora, um pouco mais seria pensar no outro e não apenas em si próprio.

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