A Secretaria de Saúde do Estado alerta a população que a variante mais contagiosa do coronavírus está em circulação na Paraíba. A confirmação veio após o sequenciamento genético de amostras com alta carga viral, dentro da rotina de enfrentamento da pandemia e monitoramento da doença no estado. São três pacientes confirmados até o momento.
Variante pode ser entendida como o vírus que mudou durante o processo de replicação. Milhares de variantes da SARS-CoV-2 estão circulando no mundo e muitas ainda irão surgir ao longo do tempo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), para a saúde pública, o sequenciamento genético do vírus, aliado a outros estudos, possibilita sugerir se as mutações identificadas podem influenciar potencialmente na patogenicidade, transmissibilidade, além de direcionar medidas terapêuticas, diagnósticas ou ainda contribuir no entendimento da resposta vacinal.
De acordo com o secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-PB), a Gerência Executiva Vigilância em Saúde, em parceria com o Laboratório de Vigilância Molecular Aplicada (Lavimap) da Escola Técnica de Saúde da UFPB, está executando o monitoramento de amostras que fazem parte, hoje, da Rede Nacional de Sequenciamento Genético para Vigilância em Saúde.
Ele explica que, em dezembro, a secretaria de Saúde recebeu da Fiocruz-RJ os resultados dos sequenciamentos que apresentaram a circulação de diversas linhagens do vírus, sendo as principais linhagens a B.1.1.33 e B1.1.28. Também foi identificada a circulação da variante portadora da mutação E484K na proteína Spike em três amostras do Estado, sendo uma delas a 2ª amostra do caso confirmado de reinfecção. Essa nova linhagem foi classificada como B.1.1.28 (E484K) ou P2.
“Estudos sugerem que tanto a linhagem P1 quanto a P2 tem maior capacidade de transmissão entre infectados. A identificação de circulação de novas linhagens no território da Paraíba é de extrema importância para possibilitar a tomada de decisões rápidas no enfrentamento da pandemia”, pontua.
A Paraíba é o segundo do Nordeste com identificação da linhagem P.1. Até o dia 5 de fevereiro, o estado tinha 11 linhagens circulando em seu território, sendo o quarto com maior número de linhagens identificadas, depois de São Paulo (26), Rio Grande do Sul (12) e Rio de Janeiro (16). Geraldo Medeiros reforça que é fundamental o entendimento que o sequenciamento genético não altera diagnóstico nem tratamento, mas sim colabora junto aos dados clínicos no conhecimento da doença para sua contenção.
“As medidas de prevenção e controle permanecem as mesmas, como o distanciamento físico, etiqueta respiratória e de higienização das mãos, uso de máscaras, limpeza e desinfecção de ambientes e isolamento de casos suspeitos e confirmados conforme critérios vigentes”, completa.
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