O sousense Luciano Cartaxo caminha para o fim de uma era de forma amargosa, como diria “lá em nós”. Após oito anos à frente da Prefeitura de João Pessoa, duas trocas de partido e a pecha de “traidor”, não conseguiu colocar a possível sucessora no 2º Turno. Pior, viu a escolhida em um quinto lugar, com 47.157 votos.
Sem herdeira, e com a decisão de não apoiar um dos finalistas pela prefeitura – Cícero Lucena e Nilvan Ferreira -, passará à condição de ‘nem, nem’ – não será mais prefeito e terá um ano para tentar encontrar um caminho por novo mandato. Caberá a ele reavaliar as próprias estratégias, mas precisa ser rápido.
Presidente estadual do PV, partido com pouca expressividade na Capital, Cartaxo vê o sonho de disputar o Governo do Estado, em 2022, cada vez mais longe, com concorrentes do próprio campo despontando na preferência do eleitorado, como o prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), que fez o sucessor no 1º Turno e encerra o oitavo ano de gestão aprovado por mais de 80%.
É quase unanimidade entre os partidos que fazem oposição ao governador João Azevedo (Cidadania), que o mesmo só após assumir o cargo aprendeu a caminhar com as próprias pernas e vem dando “de cambão” em muitos que se dizem líderes. Luciano Cartaxo e família vão ficando para os livros empoeirados das estantes.
Com o gesto atrapalhado de priorizar os projetos consanguíneos ou agregados, abandonou a postura de diálogo para impor vontades. Fez um verdadeiro carnaval em plena pandemia para eleger a concunhada e a neófita filha do deputado Damião Feliciano e da vice-governadora Lígia Feliciano. Um verdadeiro tiro no pé.
Viu aliados importantes e qualificados se afastarem com os votos necessários ao projeto ‘familiar’ do prefeito. Atirou para todos os lados. Vai pra casa, sem pompas de quem faz o dever. Deixou passar a chance de fechar o ciclo com vitória, mesmo que fosse com candidato de ocasião.
Agora, terá muito mais dificuldades de retomar a carreira política. Isso porque ninguém acredita que esteja pendurando o paletó de vez. José Maranhão que o diga, que já teve Luciano como vice governador, e continua na ativa, com vitalidade invejável – política ao menos.
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