Em reunião na manhã desta segunda-feira (09), o Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal da Paraíba aprovou nota de repúdio pela nomeação, pelo presidente Jair Bolsonaro, de uma candidatura que não foi a escolhida pela comunidade universitária.
O professor Valdiney Veloso Gouveia obteve pouco mais de 5% dos votos na consulta prévia realizada junto à comunidade acadêmica, em 26 de agosto deste ano, ficando na terceira e última colocação. Já no Colegiado Eleitoral, formado pelos conselhos superiores – Consuni, Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) e o Conselho Curador, ele não obteve um único voto.
Na formação da lista tríplice, em votação secreta, as professoras Terezinha Domiciano (foto) e Mônica Nóbrega, ficaram em primeiro, com 47 votos; os professores Isac Medeiros e Regina Celi, tiveram 45 votos; e os docentes Valdiney Gouveia e Liana Albuquerque, sem voto dos conselheiros.
Confira a nota de repúdio:
“Mais do que a defesa de uma candidatura específica, o que move este CONSUNI é a defesa dos preceitos de democracia e autonomia universitária, nos termos do artigo 207 da Constituição Federal.
Essa decisão rompe com uma longa tradição, construída ao longo de décadas, que é o respeito a escolha democrática da comunidade universitária e a garantia da nomeação da candidatura mais votada, mesmo por governos de diferentes espectros políticos. Esta atitude, mais do que respeitar a posição expressa pela maioria dos integrantes da instituição, tem por princípio o reconhecimento da importância de termos uma reitoria com efetivo papel de liderança acadêmica, administrativa e política reconhecida pelos membros da própria Universidade, o que aufere legitimidade para sua atuação, justamente nesses tempos difíceis que atravessamos”.
Nota da Redação – É preciso deixar claro que o presidente da República tem a prerrogativa de escolher qualquer um dos que integram a lista tríplice. Ao mesmo, puxa a reflexão de que não adianta fazer consulta prévia, formar a lista e, ao final, se escolher o último colocado, sem demérito nenhum ao professor, que fique claro. Se é de livre escolha, então que se mude o processo. Da forma como está posto, hoje, válido para todo o País, não me parecer democrático do ponto de vista do voto.
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