Em tom de campanha, Moro diz que projeto não é pessoal

Com direito a apresentação de um esboço do projeto de Governo e com tom de campanha presidencial, o ex-juiz Sergio Moro chega ao Podemos, para muitos, como “salvador da pátria” da terceira via.

O discurso incluiu críticas ao “saqueamento” da Petrobras, ao orçamento secreto, rachadinhas e ao furo do teto de gastos.

Criticou o presidente Jair Bolsonaro que, segundo ele, esquece de governar por estar “em permanente campanha política”.

Defendeu o fim do foro privilegiado e a prisão após condenação em segunda instância. Esses dois últimos temas estão retratados em propostas engavetadas no Congresso.

Repetiu por diversas vezes que esse projeto não é pessoal, mas um projeto de país. Deixou claro que, se for o caso, seu nome estará sempre à disposição e, se for necessário, assumirá a liderança, no caso da terceira via.

“Não tenho uma carreira política e não sou treinado em discursos políticos. Não sou a melhor pessoa para discursar, posso assegurar que sou alguém em que vocês podem confiar”, disse durante ato de filiação bastante prestigiado nesta quarta-feira (10), em Brasília.

Em seu discurso, Sergio Moro explicou a decisão de virar ministro da Justiça do Governo Jair Bolsonaro. “Havia pelo menos uma chance de dar certo e eu não podia me omitir: aceitei o convite e ingressei no governo”.

Moro deixou o cargo em abril de 2020 em meio a denúncias de interferência do presidente da República na Polícia Federal.

“Quando vi meu trabalho boicotado e quando foi quebrada a promessa de que o governo combateria a corrupção, sem proteger quem quer que seja, continuar como ministro seria apenas uma farsa. Nenhum cargo vale a sua alma”, declarou.

Sergio Moro ressaltou que nenhuma pessoa pode ter um projeto só para si mesmo. A (in)direta teve endereço certo: Bolsonaro.

“Esse não é o projeto somente de um partido, é um projeto de País aberto para adesão por todos os demais partidos, pela sociedade brasileira, do empresário ao trabalhador, por todo cidadão e cidadã brasileiros”.

Ele fez a convocação: “É o seu projeto, que estava aí, aguardando o momento certo. Chegou a hora”.

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