O Exército abriu um processo de apuração de transgressão disciplinar contra o general da ativa Eduardo Pazuello, dando amplo direito de defesa nos próximos três ou quatro dias a contar desta segunda-feira (24). Pazuello participou de ato político do presidente Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, ontem (23), sem máscara, e ainda discursou.
A decisão de abrir o processo de investigação foi tomada pelo comandante do Exército, general Paulo Sérgio, ouvindo todos os membros do Alto Comando. A medida tem com base o Estatuto Militar e o Regulamento Disciplinar do próprio Exército pelo qual Pazuello é sujeito a punições que vão desde advertência verbal até suspensão e podem chegar a prisão de no máximo 30 dias.
Ao lado disso, agora não é só pressão, mas uma imposição: Pazuello vai ter que passar à reserva. O ex-ministro da Saúde é general intendente e atingiu o máximo posto nessa arma, ou seja, três estrelas. É assim que ele vai passar para a reserva.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) soube pela imprensa que o Ministério da Defesa e o Comando do Exército divulgariam uma nota, hoje, sobre a participação de Pazuello no ato e telefonou diretamente para o general Braga Netto (ministro da Defesa) proibindo a divulgação de qualquer nota ou manifestação pública a respeito do caso.
A ordem foi cumprida e o Exército, que informou mais cedo aos jornalistas que iria se pronunciar, cancelou o envio do comunicado à imprensa. A informação é da jornalista Eliane Cantanhêde, do Estadão.
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