Cartaxo erra na estratégia, que mais desagrega do que une

Não há problema em o deputado estadual Luciano Cartaxo querer ser o nome do PT a prefeito de João Pessoa. Mas a radicalização no discurso, com ares até de imposição, não parece uma estratégia inteligente. Aliás, como diria “lá em ‘nóis’” pode dar um revestrés.

Essa queda de braço com o presidente nacional da legenda, Jackson Macedo, com insinuações sobre voto familiar – dos dois lados – ou de apoio a um outro candidato, no caso o prefeito Cícero Lucena, só resvala no próprio Cartaxo.

Primeiro que Jackson é presidente estadual da legenda e não precisa ser atacado, talvez cativado em busca de torná-lo um aliado, já que a disputa interna é no âmbito do diretório municipal de João Pessoa.

Segundo, como prefeito da Capital por dois mandatos até poderia “largar” na frente, mas o desempenho nas eleições de 2020 é 2022 acendem o sinal de alerta.

E, repito, por mais que se diga que a saída de Luciano em 2015 seja página virada, os embates dessa semana, mostraram que as relações ainda precisam ser passadas a limpo.

Não que a deputada Cida Ramos, principal adversária, seja a favorita, mas tem adotado um discurso mais centrado. Entendeu que certos confrontos mais atrapalham que ajudam.

Nessa corrida, fora da polarização, ainda tem a ex-deputada Estela Bezerra e a ex-prefeita do Conde Márcia Lucena.

Uma coisa é certa: não dá para o PT reviver o vexame das eleições de 2020. O partido não pode se dar a esse “luxo”. Se é para lançar candidatura própria, que sigo o plano. Ganhar, vai depender de uma boa coligação e sendo de esquerda, não sobram tantas opções à mesa.

Até a Federação Brasil Esperança, que tem ainda PV e PCdoB – está dividida e o PSB, outro possível aliado, deve seguir o governador João Azevêdo e referendar o apoio a Cícero:

Agora, é preciso também a unidade interna que todos pregam, seja quem for o escolhido para ir à disputa. O PT tem apenas um prefeito eleito na Paraíba – Olivânio Remígio (Picuí) -, e que já está no segundo mandato.

Se quer melhorar a performance, seja em João Pessoa ou nos demais 222 municípios, melhor apostar no coletivo e não apenas no individual.

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