Unir a direita conservadora, a essa altura, é missão impossível

Alguém acredita que a direita conservadora, tendo o PL como “capitão”, em João Pessoa, sairá unida nas eleições de 2024? A preço de hoje, dificilmente.

Ainda mais depois das trocas de farpas entre as três principais lideranças do partido – Cabo Gilberto Silva, Walber Virgolino e Nilvan Ferreira – e o presidente da legenda na Paraíba, deputado federal Wellington Roberto.

Quer dizer, as críticas ainda não foram rebatidas pelo dirigente estadual, que optou pelo silêncio, encarado como proposital.

Os três fazem questão de “isentar” Jair Bolsonaro da confusão. Mas, ninguém viu ou ouviu ex-presidente desmentir o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, e Wellington, quando estes escolheram Marcelo Queiroga como o nome do partido a disputar a Prefeitura da Capital.

Arriscaria a dizer que Bolsonaro, de enganado, como tem dito repetidamente Cabo Gilberto e Nilvan, não tem nada. Alias, na filiação de Queiroga, disse ao seu ex-ministro da Saúde que a tarefa era “unir” o PL.

Nilvan, Walber e até mesmo Cabo Gilberto, que foi por cima e assumiu o comando da legenda na Capital, não podem reclamar tanto assim.

Lançaram suas pré-candidaturas a prefeito sem combinar com a direção estadual. E estavam trocando farpas entre si. O partido já estava partido.

Agora, se unem em um movimento para peitar de uma vez só Wellington e Valdemar, que comandam o PL desde os tempos de PR e contando.

Há de se concordar quando o “triunvirato” afirma que já foi testado nas urnas, tem capital eleitoral. Que é preciso ouvir a base. Fato! Mas, é sabido que as decisões não são tomadas pensando no eleitor, infelizmente, mas no partido.

A questão é: não conseguindo reverter a decisão do PL, para onde irão Walber, Cabo Gilberto e Nilvan? Os dois primeiros, deputados, não podem deixar o PL até 2026, salvo forem expulsos ou conseguirem uma “carta alforria”.

Já a situação de Nilvan é mais tranquila, pode deixar o PL sem amarras caso não encontre respaldo.

Mas, os três podem esbarrar em outra questão: a falta de partidos de direita do campo conservador para abrigá-los, e com capilaridade política e financeira para bancar uma candidatura a prefeito, que não é barata, e não se sustenta apenas com um puxador de votos, no caso, Bolsonaro.

Além do PL, tem-se o PTB e Patriota, que estão em vias de fusão, e ainda o PRTB do pastor Sérgio Queiroz. Existem outros pequenos, mas sem nenhuma representatividade eleitoral. Os demais partidos de direita, a exemplo do PSDB e Podemos/PSC, seguem alinhados mais para o centro.

Ou seja, a união desse campo só vingará se houver um revestrés muito grande. Mas, nem poderia se chamar “união” já que alguém sairá perdendo.

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