Partidos do “eu mando” e as intervenções

Pelo menos três partidos sofreram intervenção nacional na Paraíba em menos de um mês: Solidariedade, PSD e PDT. Seja por falta de “pulso” ou de vontade de fazer a legenda crescer, a nível estadual, ou poderia chamar de descaso mesmo. Os motivos são muitos.

Também coloco entre os motivos para as intervenções os interesses de uns, que de olho em tal legenda, correm por cima, fazem acertos, sem se preocupar com os filiados ou o que eles pensam.

Mas, a questão é que esses são exemplos do que a política partidária interna se transformou no Brasil, especialmente em se tratando de legendas de médio e pequeno porte – não todas, as exceções existem: moedas de troca ou abrigo para insatisfeitos.

E houve até quem ficou #xatiado. Sem razão. Agora, os partidos precisam se reorganizar para não terem que usar do artifício da intervenção a cada eleição.

As eleições deste ano reviraram os partidos – todos, sem exceção – e têm mostrado que comandar vai muito além do “mandar”. Muitas legendas tem perdido força e literalmente “sumido”.

Sem coligações para as eleições proporcionais, os comandantes que deixaram para buscar esse fortalecimento na última hora, assistiram a debandadas, especialmente de políticos com mandatos.

Óbvio, se os partidos não buscam se fortalecer, e é fato que se transformaram apenas em avalistas de candidaturas – a legislação eleitoral assim exige -, só resta trocar de casa. Ideologia? Esqueça.

E tem ainda a questão de os que se intitulam “donos” de legendas estão mais preocupados com o “eu” do que com o todo. E, justamente, por isso, ao apagar das luzes da janela partidária, “abandonaram” os barcos.

Deixaram para se preocupar no limite regimental quando poderiam fazê-lo todo o tempo. Eleição acontece a cada dois anos, não é mesmo.

A intervenção do PDT, esta semana, foi o insight para esta análise. O deputado Efraim Filho, que preside outra legenda, se solidarizou com a vice-governadora Lígia Feliciano e o filho, Renato, até então presidente estadual.

Também se solidarizou com o deputado Damião Feliciano, que nem mais lá estava. Este não pensou duas vezes em trocar de partido para tentar garantir a reeleição em outubro.

Uma leitora do Blog, ao comentar o assunto, foi certeira. Primeiro, que nenhum dirigente tem que emitir juízo de valor a respeito de mudanças que as instâncias partidárias julguem necessárias.

Ela lembrou que a intervenção se deu exatamente pelo fato de o filho do deputado ser o presidente do PDT e não ter conseguido fazer uma nominata que garantisse a eleição do pai. Está correta.

Leave a Reply

Your email address will not be published.