Neste domingo, o procurador Eduardo Varandas (Ministério Público do Trabalho) fez uma postagem na rede social Instagram onde mostrava um culto lotado – por decreto estadual, cultos missas e celebrações religiosas só podem ocorrer com 30% da capacidade.
“Cultos lotados em João Pessoa na pandemia. « Pois a imprudência dos néscios os matará; e o falso bem-estar dos insensatos os levará à destruição. » (Provérbios 1:32)”, escreveu.
A postagem gerou 55 comentários, muitos sobre a situação da pandemia, o desrespeito às medidas sanitárias de combate à Covid-19, concordando com Varandas. E, claro, houve muitas críticas, além de agressões verbais. A exemplo de que bares e restaurantes “estariam lotados”, além das filas de bancos.
Devido às agressões verbais, o procurador do Trabalho publicou nota de esclarecimento à população, afirmando se tratar de uma postagem na condição de cidadão e que não se intimida “com bravatas ou agressividade”, também no Instagram:
a) A foto postada do culto lotado foi-me enviada por conhecidos e comentei-a NA CONDIÇÃO DE CIDADÃO, em perfil pessoal nas redes sociais, exercendo meu inarredável e potestativo direito de expressão. Tive a cautela de descaracterizar a face dos indivíduos para não os expor a críticas ou vexames. Também eticamente não revelei o nome da instituição por entender inadequado, embora a celebração tenha sido pública. Assim, não me INTIMIDO com bravatas ou agressividade gratuita.
b) No meu “post” não houve crítica à liberdade religiosa, mas objetivei induzir à reflexão sobre a pandemia e sobre as 400 mil mortes que assolam este combalido país, apondo-o no “Top 3” mundial de vidas perdidas.
c) Se a igreja (instituição) tiver empregados, o MPT tem legitimidade para investigar o gritante descumprimento do decreto estadual e poderá demandar a instituição judicialmente. O caso seguirá para o MPPB, independe da existência de empregados, onde poderá ser apurado suposto crime de infração de medida sanitária preventiva (art. 268 do Código Penal).
d) Órgãos estaduais e federais na Paraíba têm lutado incansavelmente pela preservação da saúde pública, com interdição de academias, bares, restaurantes, instauração de inquéritos em face de hospitais, transportes públicos etc. NÃO SE TRATA DE NENHUMA PERSEGUIÇÃO À FÉ ALHEIA.
e) Lamento (digo-o como ser humano) que brasileiros tenham uma visão nanica do grave problema sanitário pelo qual passamos e preservem EXCLUSIVAMENTE seus rasos interesses pessoais sejam eles relacionados à ideologia, fé, finanças ou outros pontos.
f) Estima-se que em menos de dois meses teremos 600 mil mortos.
À mortandade, Brasil!”.
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