Greve de caminhoneiros deve começar “parada”

Fragmentada e sem liderança unificada, está marcada para esta segunda-feira (01) uma greve de caminhoneiros em todo o País. A última paralisação ocorreu em 2018, durante o Governo Michel Temer (MDB). Durou 10 dias e “travou” a economia. A de 2020 pode não ter a mesma adesão.

Os envolvidos alegam que nao haverá fechamento de rodovias. O bloqueio de caminhões acontecerá a partir da meia-noite deste domingo (31), na Gauchinha, BR-101, próximo ao Posto Pichilau, em João Pessoa, e a partir das 6h de amanhã, na BR-104, próximo ao cemitério Campo da Paz, em Campina Grande.

“Nossa manifestação está confirmada em todo o país. Um ofício sobre o evento foi protocolado na Polícia Rodoviária Federal. Nossa paralisação é legal, estamos reivindicando o que é justo, combustível e o piso mínimo no frete”, destacou uma das lideranças da categoria no Estado, Albério Lima.

Neste domingo (31), os transportadores de carga na Paraíba, representados pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Estado da Paraíba, e no Nordeste pela Federação das Empresa de Transportes de Cargas e Logística do Nordeste e, nacionalmente pela CNT, divulgaram nota de repúdio e afirmam não apoiar a greve.

No documento, diz ainda que já comunicou as autoridades que, havendo a segurança necessária aos trabalhadores do setor, garantirá o abastecimento da população.

“O mundo vem travando uma árdua luta contra a pandemia do Covid-19 e suas consequências, buscando salvar vidas, preservar a economia e manter empregos. O setor de transporte é um ator importante nesta luta, e mesmo nos momentos mais críticos de isolamento e lockdown, manteve o abastecimento da população, permitindo que as autoridades sanitárias tomassem as medidas necessárias ao combate da Covid-19”, diz a nota de repúdio.

A convocação da greve se deu através de associações ligadas à categoria, a exemplo do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC). Na pauta da manifestação, a alta do preço do diesel, que teve aumento de 4,4% nas refinarias, e que é o combustível majoritariamente utilizado por caminhoneiros.

Também é reivindicada uma revisão no reajuste na Tabela do Piso Mínimo de Frete, realizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), para o transporte rodoviário de carga. 

Na última quarta-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um apelo para que os caminhoneiros não cruzem os braços, alegando que “todos vamos perder”. Apesar disso, no dia seguinte, um ofício enviado ao governo pelo conselho nacional confirmou a greve caso as reivindicações da categoria não sejam atendidas. 

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