Só deu tempo mesmo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberar, para uso emergencial, as vacinas CoronaVac e AstraZeneca contra a Covid-19, que o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), deu início a vacinação, com direito a cerimônia transmitida ao vivo. Pouco depois, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, concedia entrevista coletiva.
Ele afirmou que a vacinação conduzida por Dória “era uma questão jurídica” a partir de agora já que, segundo ele, seria contra lei. Pazuello afirmou que todas as vacinas que estão no Instituto Butantan, que produziu a CoronaVac em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, foram contratadas pelo Governo Federal.
O ministro acusou o governador de São Paulo de “desprezar a lealdade federativa” e promover uma “jogada de marketing”. A primeira pessoa a tomar a vacina CoronaVac no Brasil foi a enfermeira Mônica Calazans, 54, que trabalha na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo. Negra, ela é moradora de Itaquera, na zona leste da capital paulista.
Mônica é do grupo de risco do contágio do novo coronavírus: obesa, hipertensa e diabética. Mesmo assim, em maio do ano passado, quando a pandemia atingia um de seus picos, ela se inscreveu para vagas de CTD (Contrato por Tempo Determinado).
Para Pazuello, o gesto de Doria foi uma “quebra de pactuação” em relação ao Plano Nacional de Imunização, que, segundo ele, teve o consentimento de todos os governadores. “Quebrar essa pactuação é desprezar a igualdade entre os estados e entre todos os brasileiros, construída ao longo da nossa história. É desprezar a lealdade federativa”, declarou.
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