Bolsonaro acusa Maia e líder desmente o chefe

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a ser desmentido por um aliado, aliás, pelo líder do Governo na Câmara. Na última quinta-feira (17), Bolsonaro acusou o presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (Democratas), de não votar a Medida Provisória que tratava do pagamento do 13º do Bolsa Família em 2020.

Na live de quinta-feira, Bolsonaro disse que Maia foi o responsável por travar a análise da MP. “O 13º do salário do Bolsa Família. Não teve esse ano porque o presidente da Câmara deixou caducar. Cobra do presidente da Câmara”, disse o presidente.

Parece que não foi bem assim. O líder do Governo na Câmara Federal, deputado Ricardo Barros, desmentiu o chefe na rede social Twitter. “A Medida Provisória 898 previa o 13º do Bolsa Família que foi pago em 2019. O relator, senador Randolfe Rodrigues incluiu um abono natalino para o BPC no valor de um salário mínimo. Não haviam recursos disponíveis para isso, segundo o ministério da Economia. Por isso, a MP não foi votada”. A informação também foi confirmada pelo ministro Paulo Guedes.

O deputado Rodrigo Maia reagiu: “O próprio ministro Paulo Guedes hoje confirmou que o presidente é mentiroso quando disse que de fato não há recursos para o décimo terceiro do Bolsa Família”.

Agora, o Planalto teme que o presidente da Câmara coloque em votação a Medida Provisória 1000/20, que instituiu a prorrogação do auxílio emergencial, no valor de R$ 300, em quatro parcelas, de setembro a dezembro, para que seja estendida em 2021. Ele lembrou que o líder, deputado Ricardo Barros, afirmou que o governo não tem interesse nessa votação, porque a MP já cumpriu seu objetivo. O auxílio só será pago até este mês e a pandemia não acabou.

Após o entrave, Maia usou a tribuna para um desabafo (confira o vídeo abaixo) sobre as declarações do presidente Jair Bolsonaro. “Eu precisava fazer esse discurso para resguardar a imagem da Câmara e da minha presidência. Amanhã, a narrativa vai ser que nós acabamos com o auxílio emergencial porque não votamos a MP. Então, foi muito importante o governo entrar em obstrução contra a MP 1000, porque isso ficou registrado na imprensa e aqui na Casa”, disse.

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