Os vereadores de João Pessoa esqueceram a pandemia e a Covid-19 e a crise econômica e sanitária e aprovaram o Projeto de Lei Complementar 2021/2024, que reajusta os salários, de forma ‘parcelada’. Em 2021, os subsídios sairão dos atuais R$ 15 mil para R$ 16,7 mil. Já em janeiro de 2022, será de R$ 18,9 mil.
Em relação ao próximo presidente da Câmara da Capital, que tem salário diferenciado, e que deve ser eleito em fevereiro, com a posse dos novos parlamentares, passará a receber R$ 21,7 mil em 2021, e R$ 28,4 mil em 2022. Para se ter ideia, um deputado estadual ganha R$ 29.822,00.
Já o governador João Azevêdo (Cidadania), segundo consta no Sistema Sagres, do Tribunal de Contas da Paraíba, recebe R$ 23,5 mil mensalmente. O reajuste vale a partir de 2021 até janeiro de 2025 (quando os mandatos se encerrarão).
Em sessão realizada nesta quarta-feira (16), o presidente da Casa, vereador João Corujinha, colocou em pauta o projeto, que é de autoria da Mesa Diretora, reajustando os salários dos parlamentares de R$ 15 mil para R$ 18.991. Já o presidente terá um subsídio mensal de R$ 28,4 mil, afora outras benesses que vêm com o cargo.
Para quem não lembra, em julho deste ano, João Corujinha (foto) afirmou que não colocaria o projeto em votação. Também repetiu o mesmo discurso antes do 1º turno das eleições. De lá para cá, parece que o que foi dito foi esquecido. O projeto foi aprovado, mas com protestos.
“Eu lembro que, antes das eleições, se construiu um consenso da inoportunidade da votação desta matéria em ano de pandemia”, disse Lucas de Brito, que não foi reeleito, ficando na suplência.
E questionou aos presentes: “Diante desse cenário da crise econômica, qual a diferença da Câmara de antes das eleições para a Câmara que vai terminar a legislatura agora?”. Ele criticou o que chamou de “legislar em causa própria”.
O líder do Governo na Câmara, Milanez Neto, defendeu o aumento. “O Judiciário aumenta salário, ninguém comenta. A Câmara aumenta, todo mundo comenta. Quem tem que reajustar os salários são os vereadores mesmo”, disparou, lembrando que os subsídios estão congelados há 12 anos.
O projeto foi aprovado com os votos contrários dos vereadores Lucas de Brito (PV), Thiago Lucena (PRTB) e Sandra Marrocos (PSB), essa última aproveitou para cobrar um reajuste de salário também para os servidores da Casa. “É mais que justo”.
Em contato com o Blog, a vereadora Raíssa Lacerda afirmou que não estava presente à sessão, mas que se posiciona contra o reajuste aprovado. “Se presente, votaria de forma contrária, principalmente pela grave crise econômica devido à pandemia”. Disse ainda que, ao longo de três mandatos de vereadora, nunca votou a favor do aumento dos salários dos parlamentares.
Com informações do Blog do Suetoni
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