No último dia de gestão, após oito anos à frente da Prefeitura de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), vetou nesta quinta-feira (31), o Projeto de Lei Complementar 2.292/2020, que fixa o reajuste dos vereadores da Câmara da Capital para o quadriênio 2021-2024. A proposta de autoria da Mesa Diretora foi novamente colocada em votação após a Justiça determinar a suspensão.
De acordo com a Procuradoria-Geral do Município, o reajuste fere a Lei de Responsabilidade Fiscal, uma vez que o chefe do Executivo Municipal não pode sancionar lei que resulte no aumento de despesa com pessoal nos 180 dias finais de mandato, sob risco de ser processado por crime e responder por improbidade administrativa. O veto será publicado no Semanário.
“Embora o reajuste tenha previsão de entrar em vigor somente em 2022, está sendo concedido nos últimos 180 dias do mandato do prefeito Luciano Cartaxo. Essa matéria teria que ser aprovada em um período anterior aos 180 dias finais da gestão e a Câmara Municipal teve tempo suficiente para esse trâmite. O veto jurídico se torna agora a única opção adequada para evitar sanções pessoais ao gestor e institucionais ao ente público”, esclareceu o procurador-geral Adelmar Régis.
Ele também afirmou que o Tribunal de Contas da Paraíba, em ofício encaminhado dia 19 deste mês, já havia alertado o prefeito Luciano Cartaxo sobre possíveis irregularidades, caso o reajuste dos vereadores se convertesse em lei, em virtude do descumprimento da Lei Complementar 101/2000 e da Lei Complementar 173/2012.
De acordo com estas leis, a União, Distrito Federal, Estados e Municípios afetados pela calamidade pública decorrente da pandemia da Covid-19 ficam proibidos, até 31 de dezembro de 2021, de conceder aumento, reajuste ou adequação de remuneração a membros de Poder ou de órgão, servidores e empregados públicos e militares.
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