Em JP, no quesito influência, Lula e Bolsonaro “empatam”

Em João Pessoa, capital da Paraíba, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente Lula (PT) aparecem “tecnicamente empatados” no quesito influência nas eleições municipais. É o que aponta a primeira rodada de pesquisas Quaest realizada após o início da campanha eleitoral, realizada em agosto.

O PL registrou a candidatura do ex-ministro Marcelo Queiroga a prefeito de João Pessoa. Experiência na área médica, mas “novato” nas urnas. Mas, foi abraçado por Bolsonaro, está saber se pelo bolsonarismo como um todo.

Já o PT, entre idas e vindas, tem como representante na disputa, o deputado estadual Luciano Cartaxo, que comandou a Prefeitura da Capital de 2012 a 2020. Lula já avisou que participará “muito pouco” das campanhas eleitorais.

Já em nove, das 21 capitais pesquisadas, a influência Bolsonaro é maior que a do petista: Boa Vista, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Manaus, Maceió, Porto Velho, Rio Branco e Rio de Janeiro. Em três, a de Lula é maior: Recife, Fortaleza e Salvador. 

Nas outras nove, há empate técnico entre os dois: além de João Pessoa, Belém, Macapá, Belo Horizonte, Florianópolis, Aracaju, Vitória, São Paulo e Porto Alegre. No caso de Florianópolis, o empate é no limite da margem de erro, de 3 pontos. Não há dados para Natal, Goiânia, Palmas, Teresina e São Luís.

‘”A força das lideranças nacionais capturado pelas pesquisas segue o mesmo padrão que observamos nas eleições de 2022. Bolsonaro venceu Lula em muitas capitais, embora o atual presidente tenha tido vitória significativa em São Paulo capital, um dos resultados mais importantes para a sua vitória. Mas, no interior dos estados, principalmente do Nordeste, a situação é melhor pra Lula”, diz Felipe Nunes, diretor da Quaest.

Em 2022, Bolsonaro teve mais votos que Lula no 2º turno nas 9 capitais em que sua influência em 2024 é maior. E Lula teve mais mais votos nas 3 na qual é mais influente. 

Para medir a influência de Lula e Bolsonaro nas eleições municipais, a Quaest perguntou aos eleitores se votariam ou não em um desconhecido que fosse apoiado pelo atual presidente ou pelo seu antecessor. 

Entre as 21 capitais, a fatia dos que responderam que votariam em um desconhecido indicado por Lula vai de 15% em Boa Vista a 35% no Recife; no caso de Bolsonaro, de 14% em Salvador a 42% em Boa Vista. 

“O que chama atenção é que, juntos, Lula e Bolsonaro conseguem influenciar aproximadamente 50% do eleitorado nessas eleições municipais”, afirma Nunes. O número leva em conta que, na média das 21 capitais, 22% dos eleitores disseram que votariam em um indicado por Lula e 27%, em um indicado por Bolsonaro.

Se, por um lado, o número indica que os dois políticos nacionais têm um peso importante nas disputas municipais, a influência deles não é suficiente para definir quem vai ganhar – há os outros 50%, que não escolheriam um candidato apenas por ele ser indicado por Lula ou Bolsonaro. 

“A nacionalização das campanhas municipais pode ser uma estratégia efetiva para candidatos que precisam ser alavancados por seus padrinhos com o objetivo de chegar no segundo turno, mas não é suficiente para determinar a vitória de um candidato” , diz Nunes. “[Os eleitores] serão influenciados por outros fatores como a avaliação da gestão e os atributos do candidato”.