Os irmãos Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e Chiquinho Brazão, deputado federal do União Brasil, e o delegado Rivaldo Barbosa foram presos, neste domingo (24), apontados como mandantes do atentado que resultou na morte da vereadora Marielle Franco, em março de 2018, e do motorista Anderson Gomes.
Os três foram alvos de mandados de prisão preventiva na Operação Murder, Inc., deflagrada pela Procuradoria-Geral da República, pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e pela Polícia Federal.
Os Brazão são políticos desde os anos 90, e Rivaldo assumiu a chefia da Polícia Civil um dia antes da execução. O delegado teria combinado com Domingos Brazão de não andar com as investigações do caso.
Além das três prisões neste domingo, foram expedidos 12 mandados de busca e apreensão na sede da Polícia Civil do Rio e no Tribunal de Contas do Estado.
A TV Globo apurou que entre os alvos também está o delegado Giniton Lages, titular da Delegacia de Homicídios à época do atentado e o primeiro a investigá-lo, e um de seus principais subordinados.
Os agentes apreenderam documentos e levaram eletrônicos para perícia.
Os investigadores ainda trabalham para definir a motivação do crime. Do que já se sabe, o motivo tem a ver com a expansão territorial da milícia no Rio.
Os investigadores decidiram fazer a operação no início deste domingo para surpreender os suspeitos. Informações da inteligência da polícia indicava que eles já estavam em alerta nos últimos dias, após o Supremo Tribunal Federal homologar a delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa.
Ao aceitar o acordo de colaboração com a PF, Lessa apontou quem eram os mandantes e também indicou a motivação do crime.
Lessa está preso desde 2019, sob acusação de ser um dos executores do crime.
Os mandantes, segundo o ex-PM, integram um grupo político poderoso no Rio com vários interesses em diversos setores do Estado. O ex-PM deu detalhes de encontros com eles e indícios sobre as motivações.
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