A pergunta que não quer calar: a direita bolsonarista, chegando ao poder em João Pessoa, ou em qualquer cidade do país, vai governar apenas para sua bolha?
Pelos discursos propagados, essa é a impressão que passa.
O eleitor da ponta, principalmente o mais carente, não vota porque a pauta de costumes é a certa – ou errada, a depender do ponto de vista – ou por ideologia. Vota por quem lhes convencer de que é o melhor para eles no dia a dia.
Em que pese, apesar de serem minoria, os extremistas nunca deixarão de existir, sejam estes de direita ou esquerda.
Antigamente se votava pelo que o partido representava e apresentava como opção às urnas. Nas últimas eleições, assistimos à uma personificação do voto, influenciado pela pessoa e não necessariamente pelo discurso em si. Às vezes funciona para determinado político, outras vezes, não.
E isso vale para a esquerda também. Antes que alguém, ideologicamente falando, brade.
Mas, passada a posse. Independente do vencedor, este será cobrado pela ação. E os eleitores têm feito valer o voto dado por ele ou não. É interessante acompanhar essa evolução.
Também não trato aqui de competência para gerir. Em tese, todos têm. Agora, na prática, o discurso acaba vencido. Por mais que esse atraia o voto da bolha.
Simplesmente tratar eleição como mera bandeira ideológica, de que “eu sou o certo é outro é o errado”, não está mais funcionando.
Ao ser eleito, seja quem for, precisará olhar para todos, sem distinção. Ou as políticas públicas serão voltadas apenas para a parcela que votou favorável? E, convenhamos, doutrinação está fora de moda.
Sempre vou repetir: iniciar um governo com “discriminação”, a partir do voto, não é inteligente. Nem todos concordam com tudo no país, numa cidade, mas um projeto não cresce desqualificando por desqualificar. Cresce pelo convencimento da necessidade da mudança que se quer implementar.
O “eu quero assim e ponto” não combina com a democracia. Queriam ou não.
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