Se a pesquisa interna do PSDB acendeu o sinal de alerta nos partidos da base do prefeito Bruno Cunha Lima, os números divulgados pelo Instituto Opinião/Rede Mais mostram as trincheiras abaladas.
Não entro aqui no mérito da administração, a população que vivencia o dia a dia é que deve fazer essa análise, mas no redemoinho político em que Bruno se encontra hoje.
Estava tudo caminhando bem: Romero escolheu Bruno seu sucessor, quando havia opção direta – o deputado estadual Tovar Correia Lima. Não se tratou de competência, soube. O percentual de rejeição do tucano nas pesquisas internas, à época, pesou.
Depois, bastão passado, e no primeiro turno, cada um seguiu seu caminho natural.
Passada a fase crítica da pandemia, a relação começou a desandar: Romero começou a ser afastado da gestão e com pitadas de ironia. E isso independente de cargos. O peso de um ex-prefeito e principal cabo eleitoral não pode ser afastado.
A partir daí, abriram-se brechas e flertes de Romero com setores da oposição e com o governo do estado. Em grupo “dividido”, os caminhos se acendem rapidamente.
Depois, Bruno rompeu com o grupo Ribeiro – Aguinaldo, Daniella e Lucas. Esse último, de vice-prefeito foi alçado a vice de João Azevêdo. Também perdeu outros aliados, a exemplo da vereadora Eva Gouveia que, dizem, influenciou também na escolha de Bruno a prefeito.
Nesse meio tempo, Romero foi eleito deputado federal, com votação histórica em Campina. Seria o alerta que faltava ao grupo para trazer o aliado mais para perto? Seria, mas não o fez.
Ao contrário, esse mesmo grupo abriu a porta para um adversário político e administrativo das antigas: o senador Veneziano Vital do Rêgo. E não foi um aceno errado. Ao contrário. Afinal, quem dispensa um aliado desse gabarito. A cidade precisa. Mas, também não se coloca um aliado deixando de lado um amigo fiel.
A política é feita de gestos, mas estes andam em falta no ninho governista de Campina Grande. Se Romero não tinha tanto tamanho, na visão de alguns, com os resultados das pesquisas – mesmo sabendo que são momentâneas e cíclicas -, terão que rever pontos de vista.
E mais: se essa mesma base não quiser assistir a um divórcio prestes a ser assinado, a hora de buscar essa unidade na prática é “para ontem”. Se for isso o que realmente quiserem.
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