O chamado “Centrão” na Câmara Federal sempre existiu. Formado por partidos alinhados entre si e independentes em relação à oposição e à base do Governo, o bloco começou a se chegar ao presidente Jair Bolsonaro em março deste ano. No início dessa semana, o racha se tornou evidente. Democratas e MDB já teriam “zarpado”.
Na verdade, foi Bolsonaro quem primeiro se aproximou do Centrão. É que, após deixar o PSL, acabou não encontrando aliados nem mesmo dentro da própria base. Sem falar que acabou ganhando uma ‘maioria’, no que se refere às votações dos projetos do Governo na Câmara Federal, que ainda não tinha sido alcançada. Inicialmente, o bloco foi formado pelo PL, PP, PSD, MDB, DEM, Solidariedade, PTB, Pros e Avante.
Com a liderança informal do líder do Progressistas, os partidos andam incomodados com as atitudes do deputado federal Arthur Lira, que age como se fosse um “líder do Governo” e não apenas do bloco. Nesta segunda-feira, o Democratas e o MDB informaram estar deixando o bloco partidos.
Com a saída dos dois partidos, o bloco passa dos atuais 221 para uma bancada de 158 deputados federais. Outros partidos, como PTB e PSL, também já estudam deixar o “blocão” para criar outro, com legendas menores.
Oficialmente, os partidos argumentam que o “blocão” foi formado para garantir o comando da Comissão Mista de Orçamento e que o objetivo já foi alcançado. Não oficialmente, foi uma forma de o Centrão entrar no “toma lá, dá cá”. Nos últimos meses, os partidos têm emplacado cargos importantes de 1º e 2º escalões no Governo Bolsonaro.
O deputado Arthur Lira usou o Twitter para se defender, digamos assim. “O bloco de partidos que é chamado de centrão tem como objetivo manter o diálogo e a votação das pautas importantes para o país. O chamado bloco do centrão foi criado para formar a comissão de orçamento. Não existe o bloco do Arthur Lira”, escreveu.
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