Bastou o ex-presidenciável Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, tuitar a foto do ator Wagner Moura, diretor do filme Marighella, comendo camarão em uma ocupação, que a rede social veio abaixo.
Não pela foto ou pela ação de comer camarão – afinal, pobre e sem-teto não podem comer camarão? – mas pelo comentário irônico do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), dizendo que a foto mostrava um “MTST nutela”.
Engraçado como a hipocrisia vem daqueles que adoram falar em “nome do povo”. O filho do presidente deveria estar achando ótimo que o camarão seja acessível, o mesmo não se pode dizer do gás de cozinha, da gasolina e da carne de boi.
Não li ou ouvi qualquer comentário, quiçá incômodo, da parte dele ou de muitos que criticaram a imagem/ação ao ver pessoas na fila do osso em São Paulo ou buscando comida em um carro de lixo em Fortaleza.
Esse pensamento elitista de que pobre não tem o direito de comer comida boa é retrógrado, descabido. Vamos acabar com esse discurso barato que todos “são iguais” desde que o pobre não se misture com o rico.
“Direitistas raivosos com a foto do Wagner Moura comendo acarajé no prato na ocupação do MTST mostra que o bolsonarismo vibra com a fome e, acima de tudo, desconhece a cultura brasileira”, disparou Boulos.
Para quem não se deu ao trabalho de buscar a informação, o camarão na verdade é uma quentinha de acarajé, doada a quem participou do evento, por um restaurante.
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