“Se tiver um partido de esquerda que manifeste apoio a uma pretensão nossa, eu vou rejeitar? Eu aceitarei na hora. Não tenho dificuldade nenhuma”. A frase dita pelo ex-prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues, pretenso candidato ao Governo do Estado pelo grupo da oposições, deixou a direita bolsonarista de orelha em pé. Ele é a favor de que se antecipe quem será o candidato do grupo.
Em entrevista ao Correio Debate (98 FM), Romero afirmou que é de Centro, mas não é radical e que tem um perfil conciliador. Disse ainda que a primeira reunião do grupo oposicionista à pretensa candidatura à reeleição de João Azevêdo (Cidadania) foi justamente para alinhar o discurso de que é preciso marcharem juntos para, então, discutirem o pré-candidato. Mas, a rádio peão diz que o nome, por ora, será mesmo o do campinense.
“Qualquer pessoa com maturidade e sã consciência tem que compreender que, qualquer que seja o candidato, ele tem que pautar as próprias ideias. Você não pode ser um ‘Maria vai com as outras’. Nem tudo você vai concordar, seja de Bolsonaro, ou de quem quer que seja”, disse Romero, ao ser indagado sobre o deputado Pedro Cunha Lima, outro pretenso candidato, não ter apoio da direita mais radical pelas críticas ao presidente Jair Bolsonaro.
E complementou: “Por isso, o diálogo antecipado em torno da construção de uma unidade é fundamental para saber que você pode, em determinados pontos, divergir. Não é possível que você tenha que concordar com tudo. Algo que eu penso, particularmente, é uma candidatura de Centro que possa envolver outras forças políticas”. Há quem interprete que Romero tenta, sim, se descolar de Bolsonaro.
Ao ser questionado se “fecharia” com Bolsonaro, Romero deixou “no ar”. Disse que é preciso ter a cabeça ampla porque corre-se o risco de ficar limitado em uma campanha política que será emblemática na Paraíba. “Você tem que receber o apoio de todo mundo. Seja de qual for o segmento. E isso tem que ser debatido de forma franca”.
Primeiro, pela união de forças para as eleições em João Pessoa e Campina Grande, em 2020. Partidos comandados por João Azevêdo se uniram a legendas em João Pessoa e que estiveram em campos adversários em Campina Grande. Agora, terão que desfazer o nó dado em 2020 para as eleições do próximo ano. Sem falar na conjuntura nacional que está bem polarizada: de um lado a direita bolsonarista e do outro a esquerda lulista.
E não adianta falar sobre “palanques abertos”. Isso não existe caros eleitores. E é fato que as eleições para presidente da República terão interferência em posicionamentos. Lula e Bolsonaro precisarão de palanque, assim como o PSDB e PDT, caso resolvam levar adiante candidaturas próprias. Quem é que vai querer “dividir” palanque? De uma coisa eu tenho certeza: as eleições de 2022 será para os fortes. Se preparem.
Romero falou que, caso o PSD, comandado nacionalmente por Gilberto Kassab, e que tenta filiar o presidente do Senado Rodrigo Pacheco para uma disputa majoritária, decida ter candidato, mesmo sendo simpatizante a outro – no caso, Jair Bolsonaro – não vai negar palanque. “Eu vou estar lá, ao lado dele”, emendou. “Eu não penso com a limitação de quem é extremo, de quem é radical. Eu tenho um perfil de conciliação. E, nesse aspecto, cabe todo mundo”.
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