A personalização, em se tratando de eleições presidenciais, tem mostrado que pode até funcionar, mas desde que não existam condicionantes. Ao determinar que “o candidato sou eu”, mesmo estando com três inelegibilidades nas costas, o ex-presidente Jair Bolsonaro comete os mesmos erros que o PT cometeu em 2018, quando insistia que o então ex-presidente Lula, preso em abril daquele ano, seria candidato.
Na ocasião pode ter custado à estrela vermelha a eleição de Fernando Haddad, que perdeu para um até então inexpressivo parlamentar, mas que alcançou ares de “mito” popular diante de uma parcela da população avessa ao petismo.
Bolsonaro está convicto de que conseguirá reverter as inelegibilidades. Mas, está às voltas com as sombras do 8 de janeiro, sendo ator principal. Não participou diretamente do horror patrocinado e protagonizado pela extrema direita e seguidores do ex-presidente, mas está claro que incitou ainda que de maneira velada.
É um risco que ele corre, mas será que valerá a pena?
A direita bolsonarista precisa deixar essa personalização e trabalhar nomes, afastando egos e ciumeiras que não levam ninguém a lugar nenhum, ao contrário, podem enterrar.
Que o diga a centro-direita, aquela em que o PSDB era a estrela e se apagou diante de um Centrão extremamente organizado, hoje dominante e comandante do país, ainda que o PT esteja no poder.
Ah mais Lula conseguiu reverter as condenações, ser candidato e vencer as eleições, derrotando o próprio Bolsonaro, primeiro não reeleito no país. O petista foi salvo porque um certo juiz, em um projeto pessoal, meteu os pés pelas mãos. Voltamos a tal personalização.