O ‘exposed’ de parlamentares é a moda da vez nas redes. Posts com opiniões e votos dos políticos “favoritos” têm sido minuciosamente avaliados, um fenômeno pós-eleições de 2020 em função da polarização que ainda divide o país.
‘Exposed’, como diria ”lá em ’nóis’”, nada mais é que a exposição da figura alheia. No mundo politico, rem sido comumentemente usado para tentar pressionar os aqueles que fogem da equação.
A bola da vez é o senador Sérgio Moro. Após a foto em que aparece numa conversa animada com o ministro Flávio Dino, pouco antes do início da sabatina que resultou na aprovação deste último à vaga no Supremo Tribunal Federal, o cancão piou.
Demorou um total de zero minuto para a exposed começar nas redes. E ele ainda justificou algo que deveria ser normalizado, no caso, a educação doméstica. Não está sendo fácil… para ele.
A oposição de hoje tem sido alvo constante, diga-se de passagem por culpa dela mesma, de uma plateia virtual sedenta por críticas aleatórias e, por vezes, sem sentido ou propósito, mas que foi instruída pelos mesmos políticos hoje expostos.
Não votou contra o governo, independente de o projeto ser bom ou não para o país – o que é um contrassenso, já que o discurso continua “pelo povo e para o povo”: exposed neles.
Não critica o que “eu” não gosto: exposed. Não vota no “meu” candidato: exposed. Não seguiu o que “meu” líder manda: ahhh exposed. Não divulga voto, em sessões em que este é secreto: exposed. Abraça “meu” inimigo: exposed.
Querem mais exemplos: dia desses, a deputada federal Carla Zambelli foi crucificada colegas de partido e seus seguidores por convocar manifestação pró Deltan Dallagnol, que teve o mandato cassado, quando o ex-presidente Bolsonaro mandou que ficassem em casa.
Ela praticamente chorou em um vídeo postado nas redes após ser crucificada nas redes. Desde então, a deputada tem investido em postagens nas redes para mostrar que segue o líder.
E acredite: tem tanto político com medo de ser exposto que a outra moda agora é publicar posts com desmentidos, justificativas, pedidos de desculpas, e até como votaram em projetos para agradar aos “cobradores”.
Ah! O tribunal da internet não é exclusivo dos eleitores, principalmente os ligados aos extremos – esses não perdoam -, mas os próprios colegas de Parlamento têm se destacado.
A exposição dos pares, que vale de oposicionista para oposicionista, oposicionista para governista, governista para oposicionista – vez ou outra de governista expondo governista – serve para pressionar, colocar os parlamentares em verdadeiras saias justas e/ou constrangimentos, chegando ao cancelamento total.
Nessa pisada, perde-se a mão. Vale até fake news, faias distorcidas, raivosas. Vale até quebrar o decoro e as leis. Agora, quando se transformam no alvo, vixe, é cada vídeo de moralismo publicado nas redes. A ética manda lembrança.
Por outro lado, sim tem um lado bom, as redes sociais diminuíram as pontes entre eleitor e eleitos, querendo estes ou não, para cobrar ações que melhorem a vida off-line.
Em um tempo não muito distante, após eleitos, os políticos se enfurnavam no Congresso e só apareciam a cada dois anos em busca de voto. Agora, o efeito exposed das redes trouxe os parlamentares para perto, no melhor estilo “de volta para minha terra”. Sendo assim, nesse caso, se aplaude.
Leave a Reply