Derrota do grupo de Ricardo mostra que PT quer virar a chave

A vitória de Marcos Túlio Campos, eleito novo presidente do PT de João Pessoa, não é apenas uma derrota, até dias desses impensável, do ex-governador Ricardo Coutinho e seu grupo, representado na eleição por Antônio Barbosa.

Mostra que o desempenho desastroso da legenda, nas eleições de 2020, e como se deu, ainda está bem vivo internamente e é preciso virar a chave. E virou ao que parece.

Voltemos a 2020: o PT de João Pessoa aprovou em uma convenção o nome do então deputado Anisio Maia a prefeito. A partir de uma manobra local, a Executiva Nacional do PT, influenciada por Ricardo e Antônio Barbosa, interviu na Capital para apoiar a candidatura do ex-governador, mesmo este estando no PSB, com Barbosa na vice.

Resultado: ações na Justiça Eleitoral e um resultado pífio nas urnas, tanto de Anisio, a quem foi garantido o registro de candidatura pela justiça, tanto para Ricardo, à época inelegível. Sem falar da desfiliação de partidários históricos após ameaças de punição e expulsão. 

É fato que Anisio Maia não era um candidato tão competitivo, em relação aos demais adversários – é preciso ser realista nesse ponto – muito menos Ricardo, com a Operação Calvário nas costas. Mas, o PT poderia ter saído maior. 

Neste momento, o PT na Paraíba se recupera internamente da última derrota. Com a volta de Ricardo à legenda, o partido apoiou a candidatura do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB), que ficou em quarto na disputa. Para 2026, essa aliança não deve se repetir.

Agora, com candidatura própria ou não em 2024 em João Pessoa, o partido, que rachou em 2020, precisa se reorganizar e construir de fato uma unidade. Pensar em decisões que façam jus ao tamanho que já teve, embalado com a volta de Lula à presidência.

2024 pode ser um divisor de águas para o PT.

*A foto deste post é do dia 3 de outubro de 2020

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