Um 7 de Setembro “broxável”

Um 7 de Setembro para ser lembrado ou esquecido? Chegamos a 200 anos da Independência e o Brasil e o dia se resumiu a uma palavra: “imbroxável”. E mais, assistir a ditos patriotas repetirem em um coro, vergonhoso diga-se de passagem, como se o país estivesse mais preocupado com desempenhos pessoais do que mesmo administrativos.

Sim, porque o Auxílio Brasil é bom, óbvio, mas não diminui o desemprego, muito menos a fome. A gasolina baixou, poderia até soltar aqui um “Graças a Deus”, e é de se esperar que não volte a subir após a eleição.

Mas, vamos falar também sobre o custo de vida da população nas alturas e o poder de compra bem abaixo, quase zero para algumas classes? Esses sim, são preocupantes.

Ir às ruas, apoiar o seu candidato, é democrático. Mas, quando se vai a eventos como os que assistimos nessa quarta-feira (7), apenas com o intuito de aplaudir a um só, não me parece inteligente. Usem a bandeira em nome de um coletivo, porque o individual não fará esse país avançar.

A pauta tem que ser muito maior do que votar em um para derrubar o outro. E o Brasil? O que reporto aqui não é demagogia, é o retrato raiz e real do que se transformou a “democracia” brasileira. Com políticos agrupando seus eleitores em “bolhas”.

Políticos passam, bolhas estouram, surgirão novas e o Brasil ficará nesse looping eterno, caros eleitores. Pergunto: Está valendo a pena? Me parece que não.

Que tão falada liberdade, ou pseudo ausência desta, é essa, questionada? Ora, se não tivéssemos liberdade não estaríamos nas ruas, empunhando bandeiras, nas redes sociais. As fake news e a desinformação não seriam tão recorrentes no dia a dia. Alguém pode negar isso? O Brasil é livre e até demais.

Questionar decisões do Supremo Tribunal Federal é válido. Há sim uma politização nessa judicialização exagerada e grande parte dessa culpa vem dos próprios políticos. Muitas das pautas, o Congresso tem empurrado para o Judiciário, que resolveu resolver. Agora, voltar à ditadura, me desculpem, é burrice.

E mais um vez voltamos ao começo: cada um que pense em seu próprio umbigo ou mais embaixo…

*Ilustração by Instagram (@designativista)

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