As “sagas” de Veneziano até chegar à convenção

O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) será oficializado para a disputa pelo Governo da Paraíba, na manhã desta sexta-feira (5). Na chapa, terá a ex-primeira-dama da Capital Maísa Cartaxo como vice e na vaga de senador, Ricardo Coutinho (PT), que terá que brigar na justiça para chegar até a urna.

O emedebista era aliado do governador João Azevêdo (PSB) até janeiro deste ano. A saída da base começou com a entrega do cargo pela esposa, Ana Cláudia Vital do Rêgo, que ocupava a Secretaria de Desenvolvimento e Articulação Municipal.

No mês seguinte, veio o rompimento definitivo quando a executiva do MDB na Paraíba aprovou a pré-candidatura do senador ao governo. Com um mandato de oito anos no Senado (até 2026), Veneziano continuará no mandato, caso não obtenha o resultado esperado nas eleições.

A justificativa para o rompimento: “Os paraibanos esperavam muito mais. A Paraíba esperava muito mais. Há muito o que fazer”, disse em fevereiro. Como esteve por três anos ao lado de João, precisa realmente convencer no discurso de agora opositor.

A “separação” deixou sequelas no MDB, que perdeu o deputado estadual Raniery Paulino. O parlamentar defendia o apoio a João Azevêdo. O pai, o ex-governador Roberto Paulino, abriu uma dissidência no MDB e se mantém firme na aliança com o socialista.

Veneziano se aliou ao PT do ex-governador Ricardo Coutinho, principal alvo da Operação Calvário e que está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral. O petista tenta reverter a condição no Supremo Tribunal Federal. Lembrando que Veneziano deixou o PSB devido à divergências com Ricardo à época.

Além da dissidência, Veneziano enfrentou resistências dentro do próprio PT que, para manter a aliança, precisou da intervenção da executiva nacional do partido. Filiados históricos, a exemplo do deputado estadual Anísio Maia, foram rifados da legenda já que defendiam o apoio a João.

Também precisou “disputar” o ex-presidente Lula – a saga do palanque – com João Azevêdo. PT-MDB não aceitam que o petista apoie outra candidatura na Paraíba.

O governador também reivindicava o apoio – não a exclusividade – já que o PSB indicou Geraldo Alckmin para vice de Lula. Aqui, os partidos são “adversários”. Lula escolheu Veneziano.

Por último, outra saga, a do vice na chapa. O PT colocou quatro nomes para jogo. Não conseguiu agradar, nem internamente, leia-se o grupo do ex-prefeito da Capital Luciano Cartaxo, nem ao próprio Veneziano. Cartaxo venceu a queda de braço.

O emedebista rejeitou a lista e escolheu Maísa Cartaxo, agora referendada pela Federação Partidária PT, PV e PCdoB. Para completar, PV e PCdoB rejeitaram a aliança com o MDB da Paraíba e anunciaram que ficarão com João Azevêdo. O apoio terá que ser informal.

A convenção está prevista para começar às 9h15, na sede do Esporte Clube Cabo Branco. “Chegou a hora! Nesta sexta-feira teremos a nossa convenção e você é nosso convidado especial!”, escreveu Veneziano em postagem nas redes sociais.

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