Para você, a liberdade é mais importante que a vida?

Não é de hoje que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, tem buscado “copiar” o discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL), no que se refere à Covid-19 e, mais recentemente, ao chamado passaporte da vacina.

Na entrevista coletiva, em que anunciou que o Brasil não exigirá o passaporte da vacina de viajantes – contrariando recomendação da Anvisa -, Queiroga usou, sem pudor, a frase de Bolsonaro sobre a “liberdade” ser mais importante que a vida.

O que dizer às famílias dos mais de 600 mil brasileiros, que morreram vítimas da doença, que não tem prazo de validade.

“O que estamos fazendo tem dado certo porque respeitamos as liberdades individuais e o povo brasileiro tem procurado as políticas públicas, livremente. O presidente ainda há pouco falou: ‘às vezes é melhor perder a vida do que perder a liberdade’”, repetiu fielmente o ministro da Saúde.

O ministro se esqueceu que o direito de um acaba quando desrespeita o do outro. E, nesse caso, me parece contraproducente defender o indefensável.

Mas, para quem tem cavado uma vaga na política, não me surpreende. Queiroga é médico, respeitado na área. Não ignoro sua competência.

Também não vou deixar de citar o fato de que a vacinação só avançou quando ele assumiu o Ministério da Saúde. Mas, tem errado na dose, quase beirando o negacionismo.

O brasileiro não entra no país que quiser apenas com “a cara e a coragem”. Se quiserem ir para o queridinho da América, os Estados Unidos, por exemplo, precisam sim do passaporte da vacina.

Então, porque cargas d’água o Brasil tem que abrir as portas, geral. Não tem, minha gente. Esse discurso de liberdade individual, revestido de politicagem barata, não cola.

Queiroga esqueceu que, por ter testado positivo para a Covid-19, durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, precisou cumprir quarentena de 14 dias para que fosse liberado para voltar ao Brasil.

Ah! Os Estados Unidos determinaram a vacinação obrigatória para funcionários de empresas privadas. E aí? Estão errados?

É muito fácil, demais até, falar nessa tal liberdade com a Covid dos outros, não é mesmo.

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