O choro de dona Fátima, avó do menino Gael

O choro da avó do pequeno Gael, de apenas três anos, morto pela mãe, durante um suposto surto psicótico, nos faz mais uma vez refletir sobre como estamos cuidando das nossas crianças. Porque ignoramos os sinais? Porque ignoramos o que está a nossa volta? Muitas vezes, o dia a dia nos faz “correr”, mas o tempo para elas, esse é imprescindível guardarmos.

Até quando veremos crianças mortas ou abusadas, ou agredidas no silêncio das suas casas. Silêncio para elas, mas ouvidas através das paredes. Muitas vezes, “não queremos nos meter”, mas não podemos nos calar, compactuar, adiar…

Alguns podem dizer: “Ah, mas eu pensei que não fosse nada”. E nesse nada, a vida se vai e as mortes de crianças e adolescentes são lembradas apenas em estatísticas. Claro que não vamos sair culpando a torto e a direita quem quer que seja. Mas, abrindo os olhos, poderemos enxergar muitas coisas. Por vezes, há quem não queira.

Que mundo é esse que estamos construindo? Dona Fátima Nunes, mãe de Felipe, pai de Gael, debruçada sobre o caixão do neto, chora o choro doído que não deve apenas nos angustiar, mas agir, refletir.

O sepultamento de Gael aconteceu nesta quinta-feira (13) pela manhã, no município de Prata. Os familiares dos pais são do Cariri paraibano. O garoto morreu na segunda-feira (10) após ter sido encontrado com ferimentos no apartamento onde morava com a mãe, a tia-avó e a irmã adolescente, na Bela Vista, região central de São Paulo.

Andréia Freitas de Oliveira, mãe de Gael, foi presa na madrugada da terça-feira (11), menos de 24 horas após a morte do menino. De acordo com a polícia, a mulher, de 37 anos, é suspeita de ter cometido as agressões que levaram à morte da criança. O garoto chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

Ela foi indiciada por homicídio qualificado por meio cruel. O motivo do crime ainda é investigado.

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