O ministro-chefe da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, afirmou nesta terça-feira (27) que tomou a vacina contra a Covid-19 “escondido” da imprensa por orientação da Presidência da República. Ele deu a declaração durante uma reunião do Conselho de Saúde Suplementar, transmitido ao vivo pela internet, mas os ministros e demais participantes não sabiam.
Ramos, que é um dos principais conselheiros de Jair Bolsonaro (sem partido), ainda disse que tenta convencer o presidente a ser vacinado. O ministro disse que as novas cepas tornaram a doença mais perigosa, e que teme pela vida de Bolsonaro.
Na mesma reunião, o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez críticas à China. Sem saber que era gravado, Guedes disse que o “chinês inventou o vírus e não teve a capacidade de produzir uma vacina melhor que a dos Estados Unidos”. Ele se refere à CoronaVac, produzida no Brasil em parceria com o Instituto Butantan, e que é a principal vacina aplicada no país.
Guedes também defendeu o aumento da participação da iniciativa privada no setor da saúde. Ele disse que o governo não tem capacidade de acompanhar o ritmo de investimento privado, e que, por isso, seria importante haver uma melhor interlocução entre o governo e o setor para formulação de políticas públicas que retirem o inchaço do SUS.
Em nota divulgado na noite de hoje, a Casa Civil disse que o general Ramos foi vacinado no dia 18 deste mês com a primeira dose da vacina da AstraZeneca “como cidadão comum, em seu carro e enfrentando fila como qualquer brasileiro”.
“Ao dizer, de maneira informal, que teria tomado a vacina ‘escondido’, o ministro se referia ao fato de ali estar um dos mais de 38 milhões de brasileiros que já se vacinaram e não um ministro de Estado”, diz o comunicado, que acrescenta que a imunização do ministro foi divulgada na imprensa.
“O ministro, portanto, não tomou a vacina de forma escondida e nunca foi orientado a não relatar tal fato. Apenas não quis fazer desse momento um ato político”, encerra a nota.
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