Fátima Bezerra diz esperar por “milagre”

A desembargadora Fátima Bezerra está há um mês acompanhando o marido, o senador José Maranhão (MDB), em São Paulo. Na última sexta-feira (29), completou dois meses internado, primeiro para tratar da Covid-19, em João Pessoa, e depois transferido para o Hospital Vila Nova Star, onde permanece sedado, traqueostomizado, com quadro de insuficiência grave em decorrência de complicações da doença.

Este final de semana, ela publicou um relato em que diz esperar por milagre na recuperação do marido. Quem também acompanha o senador, desde o início, é a filha, a médica Alice Maranhão.

“60 DIAS A ESPERA DO MILAGRE:

Aconteceu e acontece todos os dias. Pessoas dizem que gostariam de dormir e só acordar quando esse ou aquele problema estiver resolvido.

Aprendi diferente em casa.

Temos que estar de olhos bem abertos para enfrentar as crises.

A primeira vez que vi uma vaca bem pertinho de mim, aos 16 anos, encantei-me com a doçura do animal: “Meu Amor, ela está sorrindo para mim”. Porque está lhe achando muito bonita, disse ele. E acreditei.

Depois, sem tirar o gracejo, explicou que vacas não riem, elas ruminam. Trituram, maturam para poder digerir.

Não são gulosas nem precipitadas. Aguardam. E enquanto aguardamos as vicissitudes da vida, as coisas se encaixam. Tudo a seu tempo!

O campo ensina muita coisa. Inclusive, como agropecuarista, nunca suportou ver um animal morrer e jamais permitiu maus tratos com sua criação. Por isso, não aguenta participar de vaquejada.

Ontem à tardinha, com 100% de saturação e 13×7 de pressão, parecia que matutava. Lembrei- me dá paciência do gado no pasto.

Depois do banho realizado com maestria profissional de enfermeira e técnica, exclamei satisfeita ao vê-lo sentado na cama: que meninas zelosas!

Ele havia observado tudo e sentido o carinho com o qual fora tratado. Seus lábios estava cerrados, ele os abriu e os fechou duas vezes, e uma das enfermeiras, balbuciou admirada: “imagina senador”.

E nos disse com a voz embargada de emoção. É a primeira vez que um paciente sedado (mesmo com pouca sedação) me diz “obrigado”.

Como não valorizar um homem testado pela vida e ensinado pela natureza? Não serei a bela adormecida dessa sua história de vida, Meu Amor. Estarei atenta e como Joana D’Arc, lutando por aquilo que eu acredito: no nosso milagre! Na sua recuperação!

Voltaremos a caminhar de mãos dadas pelo campo e continuarei sendo a sua eterna aprendiz!”

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