O atual prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, pode até ficar sem mandato a partir de janeiro de 2021, mas sem estratégia, não. Segundo a rádio peão, o presidente estadual do PSD já estaria com tudo preparado para 2022. Uma parte da equipe está na transição e outro grupo vai traçando, por outra estrada, o caminho para o Palácio da Redenção. Mas, é preciso lembrar que ninguém faz nada sozinho e que cuidado nunca é demais.
Como já se sabe, Romero “bateu na trave” em 2018, ainda na pré-campanha. O grupo das oposições, que à época parecia centrado, equilibrado e focado, tinha dois nomes fortes: o de Romero, ainda no PSDB e o do prefeito da Capital, Luciano Cartaxo, já comandando o PV. O grupo começou a desandar, digamos assim, com a saída do senador José Maranhão, presidente do MDB, do bloco.
Romero deixou o ninho tucano, pensando que talvez não tivesse “espaço”, já ocupados por Cássio Cunha Lima e Pedro Cunha Lima, e assumiu o PSD em abril de 2019. Nem Romero, nem Cartaxo, deu Lucélio Cartaxo (irmão de Luciano) na disputa contra o candidato do então governador Ricardo Coutinho, João Azevêdo, este último acabou eleito. Para você entender, caro eleitor, que nem tudo o que se planeja, dá certo.
Mas, voltemos a 2022. Com o capital político conquistado em oito anos de prefeitura, tem gente/líder de partido, em maior débito com Romero que com os “cassistas”, que desde a saída do ex governador do Senado, deixando dois adversários locais poderosos na Casa – Daniella Ribeiro e Veneziano Vital -, ficou órfão e correu para as portas do prefeito.
Bruno Cunha Lima e Lucas Ribeiro tocarão o barco campinense e Romero vai pelas capoeiras da Paraíba, com carta branca do capitão, leia-se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Deve se transformar em um porta-voz de alto nível do Planalto, com a garantia de tornar Paraíba majoritária em Bolsonaro.
E quem não quer um nome equilibrado, bem avaliado para defender os contrassensos do presidente. Mas, peraí. Pelas alianças de 2020, Daniella, Romero e Cássio são aliados, em Campina Grande, é preciso deixar claro. Em 2022, o jogo será outro. Todos juntos e misturados é utopia.
Ainda segundo a rádio peão, ao mesmo tempo em que Romero vai agindo na articulação, os aliados estarão sendo contemplados já nos primeiros meses de governo. A crise da pandemia e o exemplo de Campina Grande, no combate à Covid-19 será um terreno fértil para consolidar projetos municipais que vão retornar em forma de apoio em 2022.
O modelo de Campina Grande servirá de “cabo eleitoral” e de portfólio para outros prefeitos, que poderão contar com a assessoria de luxo do povo de Romero e a ajuda do Planalto. Cacife com Bolsonaro, o presidente estadual tem, só precisa ver se a linha para fisgar o cardume de prefeitos vai segurar o tranco até a hora decisiva.
Deputados ligados a Romero vão voltar a abrir brechas para os suplentes. Nas Câmaras Federal e Municipais também. A ideia é formar uma onda, reforçando uma grande rede em torno do prefeito de Campina Grande, que encerra o mandato dia 31 deste mês. Nos primeiros dias de 2021, já será possível perceber a dança das cadeiras nos mandatos. Mas, volto a repetir, será preciso muito foco para segurar essa estratégia.
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