Relatório apresentado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM-PB) aponta que, dos seis hospitais públicos referência para o atendimento de pacientes com a Covid-19, na Região Metropolitana de João Pessoa, quatro estavam com a ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) superior a 70%, entre os dias 13 e 18 (última quarta-feira) deste mês.
O levantamento foi realizado pelo CRM-PB, a pedido do Ministério Público Federal , do Ministério Público da Paraíba e do Ministério Público do Trabalho. Dos quatro hospitais da rede privada, três também estavam com a ocupação da UTI acima dos 70%.
O Complexo Hospitalar Clementino Fraga estava com 100% de ocupação dos leitos de UTI, o Hospital Universitário Lauro Wanderley com 100%, o Prontovida com 81%, e o Hospital Metropolitano de Santa Rita chegando a 70%. Apenas o Hospital Santa Isabel tinha ocupação de 11%. A Maternidade Frei Damião, exclusiva para gestantes com Covid, estava com a ocupação de 41%, e o Hospital do Valentina, exclusivo para crianças, estava com a ocupação de 60% nos leitos de UTI.
Ainda em João Pessoa, dos quatro hospitais privados com leitos de UTI para pacientes adultos, três estavam com ocupação superior a 70%: Unimed (76%), Nossa Senhora das Neves (70%) e Memorial São Francisco (100%). Só o Hospital João Paulo II, que conta com apenas um leito de UTI, estava sem ocupação no momento da vistoria do CRM-PB.
Já em Campina Grande, o Conselho Regional de Medicina observou que as taxas de ocupação dos leitos de UTI Covid estão menores que em João Pessoa. Foram vistoriados cinco hospitais públicos, no mesmo período, que apresentaram os seguintes percentuais de ocupação desses leitos: Hospital das Clínicas com 56%; Hospital Dom Pedro I com 33%; Instituto de Saúde Elpídio Almeida (Isea) com 29%; Hospital João XXIII com 14%; e Hospital de Trauma Dom Luiz Gonzaga, com 0%. Na rede privada foram constatas estas taxas de ocupação de UTI: Santa Clara 10%; e Antônio Targino 50%.
“Como os indicadores de mortes começaram a diminuir há algumas semanas, os governantes foram flexibilizando as regras de distanciamento social e autorizando a abertura do comércio, cinemas, bares, parques. Além disso, as pessoas começaram a ter um comportamento mais permissivo, em boa medida, pela desinformação, fake news, maus exemplos de alguns líderes e formadores de opinião e falsa segurança oferecida por uma vacina que nem está disponível ainda”, ressaltou o presidente do CRM-PB, Roberto Magliano.
Ele também enfatizou que a desativação de parte dos leitos públicos destinados aos pacientes com a Covid também contribuiu para o aumento da ocupação atual. O relatório do CRM-PB foi apresentado no final da manhã da quinta-feira (19), pelo presidente da autarquia, Roberto Magliano de Morais, a juíza federal Wanessa Figueiredo dos Santos Lima, procuradores da República Guilherme Ferraz, Janaína Andrade de Sousa e Acácia Peixoto Suassuna.
Também estavam presentes o procurador-geral de João Pessoa Adelmar Azevedo Régis, procurador-geral do Estado Fábio Andrade, o secretário de Saúde do Estado, Geraldo Medeiros, o secretário executivo de Saúde, Daniel Beltrami, o secretário de Saúde de João Pessoa Adalberto Fulgêncio, além do diretor de fiscalização do CRM-PB João Alberto Pessoa.
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