O Partido dos Trabalhadores, diretório da Capital, foi conversar com o ex-governador Ricardo Coutinho, na sede do PSB. A conversa, segundo a rádio peão, foi bastante acalorada. Ricardo quer juntar as forças de esquerda para as eleições deste ano, em João Pessoa. Em reunião que acontece na noite desta sexta-feira (11), o partido vai deliberar sobre o adiamento da convenção partidária marcada para o próximo domingo (13).
Ricardo tenta empurrar o PV para o PT. A tese é que o PV sairia com a pré-candidata é Edilma Freire, escolhida pelo prefeito Luciano Cartaxo, na cabeça de chapa. Ao PT, restaria indicar o nome a vice. O PSB retiraria a pré-candidatura ainda sem rosto e daria o apoio, que traz junto as denúncias da Operação Calvário.
Só esqueceram de perguntar ao PT, se este estaria disposto a abrir mão da pré-candidatura de Anísio Maia, que já deixou claro que não está disposto. Ao blog, o deputado estadual confirmou que existem conversas no sentido de se criar a frente formada pelos partidos do campo democrático popular com PT, PCdoB (que já anunciou apoio a Anísio Maia), PDT e PSB. E o PV, deputado? “O PV não”.
Em entrevista ao programa Balanço Geral, 98 FM, a presidente do PT da Capital, Giucélia Figueiredo, confirmou a reunião com o PSB. “Fomos conversar sobre a possibilidade de apoio à nossa pré-candidatura, caso o PSB não tenha candidato”, disse Lucélia, afirmando, em seguida, que o “companheiro” Ricardo tem todo o direito de se lançar candidato.
Legitimidade, Ricardo tem. A questão é fazer uma campanha eleitoral com uma Operação Calvário à espreita. Sem um nome forte ou que tenha o mínimo de musculatura eleitoral necessária para se lançar na disputa, é contar realmente com a sorte. Restaria ao PSB apoiar outro pré-candidato. Ricardo incomoda, é fato, porque é estrategista. Não que isso o tenha ajudado com o escândalo da Calvário.
Entendendo os nós – O PT deixou Ricardo Coutinho a ver navios quando o mesmo se candidatou a prefeito de João Pessoa. Em saída complicada, em 2003, o então deputado estadual se abrigou no PSB, à época presidido por Nadja Palitot, que acabou traída por Ricardo, que do PSB não saiu mais.
Já em 2012, o PT, debaixo de pau e pedra, elegeu Luciano Cartaxo, prefeito de João Pessoa. Mas, o PT foi atingido por um tsunami com os escândalos da Operação Lava Jato e a prisão do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. O que fez Cartaxo? Convocou uma coletiva e disse: “estou fora”. Disputou a reeleição pelo PSD e depois foi para o PV, um partido para chamar de seu.
Em 2014, às vésperas da reeleição de Ricardo Coutinho, Cartaxo chegou junto e apoiou Ricardo, que teve como candidato ao Senado na chapa, Lucélio Cartaxo, irmão gêmeo de Luciano. Não durou muito, romperam. A conveniência política esbarrou na corrida ao Governo do Estado, em 2018.
Cartaxo rodou a Paraíba se apresentando como pré-candidato ao Governo e Ricardo abriu mão da disputa para o Senado para se dedicar a eleger o sucessor, João Azevêdo. Conseguiu. Mas, os antes melhores amigos viraram adversários com a lapada da Operação Calvário, que levou Ricardo à prisão.
Azevêdo está no Cidadania e o PT continua na base governista, com cargos na gestão. Caso se una ao PSB, corre sério risco de serem convidados a sair. Agora, por questão de sobrevivência, PT, PSB e PV correm para desatar os nós, engolir o orgulho, em nome da boa e velha sobrevivência política. O PT já tem o PCdoB. Nesse nó todo, é o que tem vantagem nesse ata, desata. Mas, tudo pode mudar até a próxima quarta-feira (16), último dia do prazo de convenções.
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