Que ninguém se iluda. A oposição na Paraíba precisa que a base governista rompa para chegar a 2026 com chances reais de vitória. Pelo menos é o que tem deixado transparecer. Nós últimos dias, as principais lideranças do grupo têm repetido o “mantra da discórdia”.
No episódio envolvendo o deputado estadual Adriano Galdino (Republicanos), a oposição voltou a se “assanhar”. Agora, é preciso “abrir do olho” para não se comprar discursos imediatistas que mais à frente serão difíceis de serem cumpridos.
Primeiro, o deputado federal Ruy Carneiro (Podemos) foi às redes sociais para se solidarizar e falar que o governador João Azevêdo teria desrespeitado o presidente da Assembleia Legislativa.
Quem assistiu a entrevista do governador João Azevêdo sabe que passou longe disso. No mínimo, quem soprou no ouvido de Galdino precisa voltar às aulas de interpretação de texto.
Mas Ruy, assim como os senadores Efraim Filho e Veneziano Vital do Rêgo, torce para ver um racha na base de João. Seria quase uma “tábua de salvação”.
“Mesmo estando em lados opostos, é preciso reconhecer que o presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino, é um lider politico diferenciado, franco, transparente, coerente, diferente dos políticos tradicionais, que usam palavras pra esconder o que verdadeiramente pensam”, escreveu Ruy Carneiro na plataforma ‘X’.
E disse mais: “Seja qual for o caminho que Galdino venha a tomar, independente de estar contra nós, tem o meu respeito. Política tem que ser feita com verdade, franqueza, transparência e sobretudo com coerência, sem traições nem falsidades. É como Adriano tem se portado por onde passa”.
O ex-deputado Pedro Cunha Lima disse que está aberto a conversar com Galdino. Lembrando que o tucano tinha com uma das principais bandeiras, nas eleições de 2022, a redução do duodécimo da Assembleia.
Já Efraim, que quer ser candidato ao governo, torce quase abertamente pelo rompimento, claro de olho no PIB eleitoral do Republicanos, que elegeu mais de 40 prefeitos no estado, nas eleições de 2024, tem 11 deputados e o presidente do partido na Paraíba, Hugo Motta, deve ser confirmado como o novo presidente da Câmara Federal em fevereiro.
Afirmou que a oposição aceita Adriano como candidato, mas não disse a que. O grupo, além de Efraim e Pedro, tem o deputado federal Romero Rodrigues e o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, como opções para a cabeça de chapa.
A pergunta é: quem vai abrir mão e para quem? Antes de tentar cooptar Adriano Galdino, a oposição precisa se organizar sobre os espaços na chapa majoritária. É sobre quem vai ocupar cada uma das quatro vagas ou quem terá maior poder de decisão para indicação.
