Os quatro mais bem pontuados nas pesquisas eleitorais para o Governo da Paraíba, desde a pré-campanha, o governador João Azevêdo (PSB) – que disputa a reeleição -, Nilvan Ferreira (PL), Pedro Cunha Lima (PSDB) e Veneziano Vital do Rêgo (MDB) chegam ao primeiro turno, neste domingo (2), cada um com a sua saga.
Entre encontros, desencontros, fatos especulações, o certo é que cada um enfrentou as próprias batalhas, a grande maioria internas, para chegarem inteiros às urnas amanhã.
A oposição acredita e quer levar o pleito para o segundo turno. Falam em João + 1. Quem vai, até o momento, não é possível confirmar já que, pelas pesquisas, os três aparecem colocados.
Governador João Azevêdo –
“Vitrine”, João Azevêdo busca permanecer por mais quatro anos. Adotou uma posição de defesa durante a campanha, mas sem mostrar o que foi feito e com a consciência de que a pandemia, apesar da condução das ações questionadas pela oposição e com elogios nacionais, não o permitiu fazer mais. Se reeleito, afastará a tese de opositores de que não tem luz própria.
Iniciou a campanha com dois “senadores” – os deputados federais Efraim Filho e Aguinaldo Ribeiro -, acabou sem nenhum e em uma estratégia bem montada, anunciou a deputada Pollyanna Dutra, mulher, combativa, nome que transita bem na esquerda.
De volta aos dois “senadores” de João, Efraim preferiu não esperar pela escolha de João e caiu no colo de Pedro. Aguinaldo optou por disputar a reeleição na Câmara Federal.
Ainda em 2021, assistiu ao rompimento da vice-governadora Lígia Feliciano (PDT) e do deputado federal Damião Feliciano (União Brasil). Ambos voltaram à base do socialista no meio da campanha eleitoral.
Depois, assistiu o aliado de três anos, o senador Veneziano Vital do Rêgo, desembarcar da base, se tornar adversário e com o apoio do ex-governador Ricardo Coutinho, seu desafeto político.
Nilvan Ferreira –
Nilvan Ferreira tem posicionamento claro: representa a direita e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Vem de uma eleição municipal, quando ficou em segundo lugar, no segundo turno para prefeito de João Pessoa, maior colégio eleitoral do estado.
Tenta chegar ao segundo turno neste domingo para se estabelecer como líder das oposições, pelo menos na Capital paraibana. A direita conservadora chega dividida e o PL enfrenta problemas internos provocados pelo não rateio do fundão eleitoral entre os candidatos.
Após as eleições municipais de 2020, deixou o MDB, se filiou ao PTB pelas mãos de Roberto Jefferson. Lançou a pré-candidatura ao governo com o discurso de que era o único nome que defendia os projetos do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Após intervenção, perdeu o comando do PTB e, a convite do deputado federal Wellington Roberto, se filiou ao partido do presidente que avalizou a candidatura de Nilvan ao Governo.
É fato que o comunicador caiu nas graças de Bolsonaro, mas é preciso atentar para o fato de que só transferência de voto não se ganha uma eleição para governador. Apesar de apostar no discurso bolsonarista, e não está errado em fazê-lo, precisa convencer de que pode ir além.
Pedro Cunha Lima –
Deputado federal, Pedro Cunha Lima começou a pré-campanha, ainda em 2021, avalizando o nome de Romero Rodrigues (PSC) para o governo, com direito a coletiva de imprensa. O ex-prefeito de Campina Grande desistiu, pela segunda vez, e coube ao tucano assumir o posto.
Com estilo direto, acabou envolto a polêmica do “Pedro é Pedro, Cássio é Cássio”. Foi encarado como uma tentativa de esconder a trajetória do pai, o ex-senador Cássio Cunha Lima. Ao final, Cássio se tornou um dos principais articuladores da campanha do filho.
Trouxe à baila temas não menos polêmicos, a exemplo da redução do orçamento da Assembleia Legislativa da Paraíba e a proposta de transformar a Granja Santana, residência oficial do governador, em um parque público.
Entre fatos e boatos de desistência, chega ao primeiro turno para mostrar que não é apenas um ‘Cunha Lima’. Tem em jogo ainda o fato de que, caso não saia vencedor, estará sem mandato a partir de 2023.
Veneziano Vital do Rêgo –
O emedebista Veneziano Vital do Rêgo é o que menos tem a “perder” nessas eleições já que tem mandato garantido no Senado Federal até 2026.
Aliado de João Azevêdo até janeiro deste ano, rompeu e lançou o nome para a disputa ao Governo. Enfrentou e enfrenta olhares desconfiados sobre ser efetivamente oposição a João.
A justificativa para o rompimento: “Os paraibanos esperavam muito mais. A Paraíba esperava muito mais. Há muito o que fazer”, disse em fevereiro. Como esteve por três anos ao lado de João, precisa realmente convencer no discurso de agora opositor.
Conseguiu o apoio do PT, na verdade, uma via de mão dupla, um precisando do outro, “disputou” com João a benção do ex-presidente Lula (PT), que declarou apoio a Veneziano em pleno Parque do Povo, em Campina Grande.
Veneziano enfrentou resistências dentro do próprio PT que, para manter a aliança, precisou da intervenção da executiva nacional do partido. Filiados históricos, a exemplo do deputado estadual Anísio Maia, foram rifados da legenda já que defendiam o apoio a João.
Por último, outra saga, a do vice na chapa. O PT colocou quatro nomes para jogo. Não conseguiu agradar, nem internamente, leia-se o grupo do ex-prefeito da Capital Luciano Cartaxo, nem ao próprio Veneziano. Cartaxo venceu a queda de braço. O emedebista rejeitou a lista e escolheu Maísa Cartaxo.
Conta com o apoio do PT, mas não da federação partidária inteira, já que PV e PCdoB rejeitaram a aliança com o MDB da Paraíba e anunciaram apoio informal a João Azevêdo.
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