Membros do Ministério Público Federal têm demonstrado a insatisfação com o atual procurador-geral, Augusto Aras, empossado no ano passado por escolha pessoal do presidente da República, Jair Bolsonaro, que ignorou a lista tríplice eleita pelo MPF. Até esta quinta-feira (28), um manifesto por mudanças no processo de escolha do PGR havia sido assinado por 535 integrantes da carreira.
O manifesto pede que o Congresso encaminhe e aprove um projeto de emenda à Constituição que obrigue o presidente da República a escolher para a chefia da Procuradoria um nome contido numa lista tríplice escolhida em votação pela categoria. A intenção manifestada pelos procuradores da República surge no momento em que vários setores contestam a conduta de Augusto Aras diante do presidente Jair Bolsonaro.
Há uma tradição de que o chefe do Executivo recebe da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) a indicação dos três nomes mais votados pelos procuradores, mas não é obrigado a segui-la. Em 2019, Bolsonaro escolheu Augusto Aras, que não figurava na lista tríplice. Desde o governo Lula da Silva (PT) a lista enviada pela associação foi respeitada na escolha.
O presidente é investigado por suspeita de tentar interferir indevidamente na Polícia Federal. Aras quem terá de decidir sobre uma futura denúncia contra Bolsonaro.
Além disso, o procurador-geral pediu a suspensão de inquérito determinado pelo STF que investiga a existência de uma rede de disseminação de fake news e ameaças a ministros da Corte. Meses atrás, tinha manifestado apoio à investigação.
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