Ricardo divide PT, mas filiação é dada como certa

Um manifesto de apoio à filiação do ex-governador Ricardo Coutinho, e dos deputados estaduais Cida Ramos, Estela Bezerra e Jeová Campos, além da ex-prefeita do Conde Márcia Lucena, ao PT da Paraíba, foi divulgado nesta segunda-feira (02), por 113 membros da legenda, capitaneados por Jackson Macedo, que comanda a legenda a nível estadual.

O “Manifesto dos 113” afirma que o diálogo para a entrada do socialista já teve início e trata Ricardo como “um interlocutor importante. Diz ainda que o ex-governador é a principal liderança da esquerda paraibana, realizou governos históricos à frente da Prefeitura de João Pessoa e do Governo do Estado, “e foi um aliado leal e proativo nos bons e maus momentos do PT, notadamente no golpe do impeachment contra a presidenta Dilma e na perseguição e prisão do presidente Lula.

Em um trecho, os petistas afirmam que, na atual conjuntura, Ricardo Coutinho já explicitou o apoio incondicional à candidatura de Lula à Presidência da República, em 2022 e, tem se mostrado disposto a se filiar ao PT. “O que é visto com muita simpatia por Lula e pela Direção Nacional do nosso partido, que apoiam a filiação de Ricardo e dos demais companheiros e companheiras que o seguem nessa postulação”.

No texto afirmam ainda que “apesar da manifestação de alguns grupos que compõem a direção partidária na Paraíba contra essas filiações, utilizando-se de argumentos vazios que fazem coro aos ataques da direita, a maioria da base partidária é a favor da entrada de Ricardo Coutinho ao PT, pois entendemos que ele e os(as) demais companheiros e companheiras do PSB que o acompanham são nossos parceiros(as) de longa data no
apoio às causas e projetos que defendemos para a Paraíba e o país”.

Esse trecho se refere à reunião de membros do Diretório Estadual, realizada no último sábado (31), onde foi decidido que não aceitarão a filiação de Ricardo Coutinho. E está formado o impasse. Deve sobrar para Lula e para a presidente nacional, deputada federal Gleisi Hoffmann, darem a palavra final e, nesse caso, o ex-governador já pode se considerar dentro.

LEIA O MANIFESTO NA ÍNTEGRA

Do túnel do tempo – Entre “tapas e beijos”, assim se resume a relação entre Ricardo e o PT. Para explicar, é preciso voltar aos anos 2000. Após as eleições municipais de 2000, sofreu processo de expulsão por infidelidade partidária. Teria votado no candidato do PSTU, ao invés do petista Luiz Couto.

O processo de expulsão se deu no Diretório Municipal e foi referendado pelo Diretório Estadual, mas, revertido pelo Diretório Nacional que optou pela suspensão de seus direitos partidários. Em 2003, Ricardo desfiliou-se do PT e ingressou no PSB.

Em 2004, com Manoel Júnior (PMDB) na vice, venceu a disputa pela prefeitura de João Pessoa ainda no primeiro turno com 64,45% dos votos. Em 2008, já com apoio do PT, que ficou na oposição ao seu governo até 2007, Ricardo é reeleito com 78,85%, tendo como vice Luciano Agra, também do PSB.

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