Em discurso para manifestantes que promoviam ato pró-voto impresso, em João Pessoa, neste domingo (01), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a colocar a eleição de 2022 em dúvida. “Queremos eleições limpas e democráticas, com voto contado para o seu para o seu candidato, de forma transparente. Não pode ser uma maquininha [urna eletrônica] que simplesmente diz o resultado final das eleições”.
Bolsonaro disparou artilharia contra o Supremo Tribunal Federal que, segundo ele, “tiraram o bandido da cadeia, o tornando elegível”. Ele se refere a anulação dos processos contra o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT).
É preciso deixar claro que o voto é secreto na urna, que é auditável ao final da votação com a participação dos partidos políticos. Na última quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro prometeu apresentar provas de fraudes nas eleições de 2014, mas iniciou a transmissão afirmando que não tinha provas, “apenas indícios”.
O que mudou de 2018 para cá é que, na última eleição, os eleitores estavam embalados pelos processos contra Lula, que resultaram na prisão do petista. Nas redes sociais, apoiadores disseminaram discursos contra o PT e muitos desses eleitores foram às urnas optando entre “o mito” e “a esquerda que roubou”.
Ao longo desses dois anos, o discurso de apoio ao presidente diminuiu e a entrada repentina de Lula na disputa para 2022, acendeu o alerta no Palácio. Hoje, temos um presidente que tenta descredenciar as instituições de Poder, leia-se Congresso e Judiciário, em busca de uma pretensa reeleição.
A mesma denúncia foi feita pelo presidente em relação a 2018, mas foi aconselhado a não insistir já que foi eleito em voto com urna eletrônica, além dos filhos e aliados. A PEC do Voto Impresso voltará à pauta de discussão, esta semana. Na comissão especial, a tendência é que não passe.
Confira o discurso do presidente durante a manifestação em João Pessoa:
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