A CPI do “Não faço juízo de valor” por Marcelo Queiroga

“Não faço juízo de valor”. A frase foi uma constante da boca do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19, que ainda está em andamento no Senado, nesta quinta-feira (06), ao ser questionado sobre falas e atitudes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Em vários momentos, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB), se mostrou irritado com as respostas. “Ou é sim ou é não”, repetia Renan. O início do depoimento também foi marcado por constantes interrupções pelo senador Ciro Nogueira (Progressistas), um dos quatro governistas com cadeira na comissão. Também houve críticas por parte do vice-presidente Randolfe Rodrigues por supostas tentativas dos governistas de emperrar os trabalhos da comissão.

A frase foi usada ao ser questionado, pela manhã, sobre se compartilha ou não da opinião do presidente da República sobre prescrição de cloroquina. Questionado por Renan Calheiros, o ministro Marcelo Queiroga disse: “Não autorizei e não tenho conhecimento de que esteja havendo distribuição de cloroquina na minha gestão”.

Ao relator, Queiroga avaliou que as críticas de Bolsonaro – de que as pessoas poderiam virar jacaré, por exemplo – sobre vacinas não tiveram impacto na campanha, já que 85% da população quer ser vacinada. O ministro disse que o Brasil é o 5º país que mais vacina. Também suscitou o “não faço juízo de valor” ao ser questionado sobre o que já foi dito pelo presidente em relação à vacina.

Sobre a ameaça de decreto “inquestionável”, falado por Bolsonaro, pela “liberdade de culto, direito de ir e vir e de poder trabalhar”, nesta quarta-feira (05), ao ser questionado, Queiroga disse que não foi consultado sobre decreto de proibição de medidas de distanciamento social. Ele também afirmou não ter conhecimento de aconselhamento paralelo ao presidente da República sobre a pandemia. Sobre a fala, mais uma vez saiu o “não faço juízo de valor”.

Questionado por Humberto Costa (PT-PE), Queiroga disse que sua função é defender “medidas não farmacológicas”, como o isolamento. “Meu papel como ministro não é ser crítico do presidente da República ou de integrantes do governo”.

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