Em nota divulgada à imprensa, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) expressou “estarrecimento e indignação” com a denúncia da Procuradoria Geral da República apresentada no Supremo Tribunal Federal contra ele e outras 33 pessoas.
A denúncia da PGR tem 272 páginas e tem como base a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que era um dos principais aliados de Bolsonaro, e a quem a defesa chamou de “fantasiosa”.
O ex-presidente foi denunciado pelos seguintes crimes: liderança de organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência; grave ameaça contra o patrimônio da união e deterioração de patrimônio tombado.
Veja a íntegra da nota de Bolsonaro:
“NOTA AO POVO
“A defesa do Presidente Jair Bolsonaro recebe com estarrecimento e indignação a denúncia da Procuradoria-Geral da República, divulgada hoje pela mídia, por uma suposta participação num alegado golpe de Estado.
O Presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam.
A despeito dos quase dois anos de investigações – período em que foi alvo de exaustivas diligências investigatórias, amplamente suportadas por medidas cautelares de cunho invasivo, contemplando, inclusive, a custódia preventiva de apoiadores próximos -, nenhum elemento que conectasse minimamente o Presidente à narrativa construída na denúncia, foi encontrado.
Não há qualquer mensagem do Presidente da República que embase a acusação, apesar de uma verdadeira devassa que foi feita em seus telefones pessoais.
A inepta denúncia chega ao cúmulo de lhe atribuir participação em planos contraditórios entre si e baseada numa única delação premiada [a do tenente-coronel Mauro Cid], diversas vezes alterada, por um delator que questiona a sua própria voluntariedade. Não por acaso ele mudou sua versão por inúmeras vezes para construir uma narrativa fantasiosa.
O Presidente Jair Bolsonaro confia na Justiça e, portanto, acredita que essa denúncia não prevalecerá por sua precariedade, incoerência e ausência de fatos verídicos que a sustentem perante o Judiciário.”