Com a possibilidade real de as eleições em João Pessoa serem definidas neste domingo (6), a última pesquisa Quaest/TV Cabo Branco só confirma o que já é ponto batido: a oposição ao prefeito e candidato à reeleição Cícero Lucena corre risco de morrer “abraçada”.
Os deputados Luciano Cartaxo (PT) e Ruy Carneiro (Podemos) e o ex-ministro Marcelo Queiroga (PL) parecem ter se esquecido de que há muito em jogo, politicamente falando.
Os três chegaram, em determinado momento da caminhada, a fazer gestos de afagos. Quase no fim, entenderam que seria melhor soltarem as mãos e focar para forçar um eventual segundo turno.
Dados da pesquisa Quaest/TV Cabo Branco aponta uma vitória de Cícero Lucena, ainda neste primeiro turno, com 55% dos votos válidos. Mas, as urnas é que dirão.
Aliás, as últimas pesquisas têm colocado os integrantes tecnicamente empatados em uma sucessão de erros de estratégia que vem desde a pré-campanha.
Não tem aquela máxima de que o que começa errado tende a não dar muito certo no final? Poderia muito bem ser aplicado no caso do “triunvirato”.
Comecemos por Luciano Cartaxo, duas vezes prefeito, até encerrou o segundo mandato com boa avaliação, mas atropelou os processos do PT em determinado momento, e rachou a legenda tal qual aconteceu em 2020, só que o povo da vez à época foi o ex-governador Ricardo Coutinho.
Os dois foram adversários no passado, se uniram em 2024, mas ao que parece a rejeição de um atingiu o outro. E, nesses últimos dias de campanha, optaram pela “separação” no público.
Cartaxo também recebeu um banho de água fria do presidente Lula. O “time” também foi deixado de lado. A depender do desempenho, terá muito o que explicar.
O ex-ministro Marcelo Queiroga também adotou a mesma tática de Cartaxo. Por cima, desmantelou o triunvirato formado pelos deputados Cabo Gilberto Silva, que chegou a ser destituído da presidente do PL na Capital, e Walber Virgolino e o comunicador Nilvan Ferreira, esse último varrido do partido.
Agora, Queiroga forma o triunvirato com Cabo Gilberto e Walber. Apesar do apoio incondicional do ex-presidente Jair Bolsonaro, precisa deixar a bolha de lado e focar na cidade e seus eleitores. Precisa ainda provar de que é a liderança que o bolsonarismo busca para 2026.
E chegamos a Ruy Carneiro, que conseguiu reunir uma coligação amparada pelos senadores Efraim Filho e Veneziano Vital do Rêgo, mais o ex-deputado Pedro Cunha Lima e o PSDB.
O deputado chega a este domingo disputando a Prefeitura de João Pessoa pela terceira vez. Com um discurso anticorrupção, não contava com a condenação imposta a ele – 20 anos de prisão -, em oriente a instância, fato que abalou a campanha ainda que não o tenha impedido de permanecer na disputa. Mas, é certo que precisou se explicar.
Essa eleição diz muito sobre o futuro de Ruy em eleições na Capital paraibana.