Será que se valer de embargos de obras, em pleno período de campanha eleitoral é mesmo coerente? Em João Pessoa, a oposição, leia-se a coligação que tem PT e PSOL, resolveu apelar. Duas grandes obras – no sentido de tamanho e importância – paradas por ações que, se não fosse pelo período e até circunstâncias autorais – faria sentido esse embargo. E não trato aqui do mérito dessas ações. Caberá à justiça, julgar.
De autoria da Gestão Cícero Lucena, os projetos do Parque da Cidade e da duplicação dos acessos às praias do Sol e Barra de Gramame – denominado Orla Sul estão parados. A primeira já se pode sentir mudança considerável na mobilidade urbana da área. É fato!
A segunda é uma das mais aguardadas, e solicitada, não só pelo turista atraído por João Pessoa, mas pelos moradores que estão à espera de soluções. Soluções essas que não podem se dar ao luxo de serem transformadas em “cabo eleitoral” por quem já foi prefeito da cidade por oito anos – nesse caso, o deputado estadual Luciano Cartaxo -, está na terceira corrida, mas não avançou em nada nesse quesito.
Os questionamentos devem ser feitos. A pergunta é: por que só agora se questionar essas obras na Justiça? Porque estariam no guia eleitoral. Certamente, os problemas alegados não surgiram agora. O Parque da Cidade, por exemplo, está na segunda etapa.
E aí voltemos a autoria: nesse caso acima, trata-se do advogado Francisco José Garcia Figueiredo, que registrou candidatura a vereador pela Federação Rede/PSOL, que integra a coligação de Cartaxo.
No último final de semana, foi a vez do candidato a vereador Tárcio Teixeira, também candidato pela Federação Rede/PSOL, comemorar nas redes sociais, ao lado de Luciano Cartaxo, ação protocolada por ele junto ao Ministério Público Federal para embargo das obras dos novos acessos às praias do Sol e Barra de Gramame.
Nos dois casos, a oposição alega riscos ao meio-ambiente, mas o período da contestação é que o torna “contestável”. Repito: questionamentos podem e devem ser feitos, mas o uso destes para fins eleitorais é contraproducente. Afinal, as obras são do povo, não é o que dizem, e o dinheiro também, melhor não esquecer. Afinal, quem quer que ganhe as eleições de outubro, não vai poder deixar essas obras paradas. Não seria inteligente.