Uma sucessão de erros mirando talvez acertos. O anúncio do prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, mostrou falhas e uma crise que poderiam, senão sanadas, administradas. Primeiro, uma portaria indigesta, mas diante das justificativas apontadas, necessária. O que faltou foi a condução das medidas e a sensação de que deveriam ter sido tomadas antes.
As medidas, até coerentes sob a justificativa de queda da receita decorrente do Fundo de Participação dos Municípios, se mostraram conflitantes.
As exonerações de contratados deveriam ser normais. Agora, exonerar as pessoas, de forma retroativa, e achar que é normal? Suscita a dúvida de que parte das medidas nada mais é que um reflexo político da desgastada relação com o deputado Romero Rodrigues.
O prefeito foi claro ao afirmar que, na gestão, tem servidores que trabalham e outros que fazem corpo mole.
Ah, muitos não trabalham. Ok. Mas, não há uma curadoria que identifique servidores contratados, que custam caro à gestão, e que não trabalham? A portaria de Bruno, ao final, não separou o joio do trigo. Segundo o próprio, seria uma operação complexa.
O prefeito teve que vir a público afirmar que as pessoas podem voltar a trabalhar normalmente. Afinal, quem poderá retomar? E quantos, já que estamos diante de uma economia? Não ficou claro.
Repito: as exonerações são legais. O retroativo é questionável. E sugerir que muitos não trabalham mostra a vulnerabilidade da gestão.
A transparência ainda é a melhor arma em tempos de crise e que medidas que mexem com famílias não apareçam apenas quando surgirem a oportunidade.
Ter coragem é preciso, mas não pode ser usada apenas como justificativa de atos, Tem que se ter a todo o tempo.
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