Alvo de investigações, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi exonerado, a pedido de acordo com o Diário Oficial da União, pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No mesmo ato, consta a nomeação de Joaquim Álvaro Pereira Leite, que era da Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais, para a Pasta.
Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, Salles diz que deixa o cargo da “forma mais serena possível”. A saída pode ter sido honrosa, já que é aliado do presidente Jair Bolsonaro, mas certamente foi “por livre e espontânea pressão”.
É mais um ministro que cai devido à pressões do Centrão, que tem “dominado” a cena política ao redor de Bolsonaro. O delegado da Polícia Federal, Alexandre Saraiva, que denunciou Ricardo Salles, comemorou a saída do agora ex-ministro. Após as denúncias, ele foi tirado da chefia do Amazonas pelo novo diretor-geral da PF, Paulo Maiurino.
O novo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite, atuou por mais de 23 anos como conselheiro da Sociedade Rural Brasileira. Nomeado nesta quarta-feira (23) para o ministério no lugar de Salles, Leite estava desde setembro do ano passado no comando da secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais.
Autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), investigação da PF (Polícia Federal) apura se Salles atuou para afrouxar o controle do Ibama sobre a exportação de madeira. Segundo as investigações, ele reuniu-se em março do ano passado com um grupo de madeireiros no Pará que vinham tendo cargas de madeira retidas em portos no exterior por falta da autorização do Ibama.
A Operação Akuanduba executou buscas e apreensões nos endereços de Salles e de outros 21 investigados, entre servidores do ministério, dirigentes do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e empresários do ramo madeireiro.
Salles também é alvo de outro inquérito, autorizado pela ministra Cármen Lúcia no início deste mês. Trata-se da Operação Handroanthus, também da PF, que apura a suposta prática de crimes com o objetivo de dificultar a fiscalização ambiental e impedir investigação que envolva organização criminosa, além de suposto crime de advocacia administrativa (veja mais detalhes abaixo). Salles nega irregularidades nos dois casos.
Com informações do UOL
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